quinta-feira, 31 de dezembro de 2009

Querido Diário

Hoje eu acordei com a minha namorada se arrumando para ir trabalhar. Ela entrou às 10 h da manhã. Tadinha... Eu? Eu trabalhei ontem à noite até às zero horas. Comemos pizza e fomos dormir.

Voltando.

Ela foi trabalhar e eu fiquei dormindo até às 13h. Estou meio idiota do sono ainda, mas estou funcionando. É nesse momento - 13:23h - que escrevo para ti. Daqui pra frente é agenda.

Estamos planejando ir almoçar no Kempay - um restaurante chinês fodão que tem aqui em Itatiba City - depois voltar pra casa e esperar o Ramirez ligar. Se ele vier, iremos buscá-lo na rodoviária pra passar o Ano Novo na casa da Tati.

A Tati vai fazer uma festa. Quer dizer, qualquer pessoa que se junta numa mesa para ceiar no Ano Novo já é uma verdadeira festa. Vamos ter que levar alguma coisa, mas estamos esperando a Tati ligar para nos dizer o que levar.

Tive a impressão de que eu ia acordar com dor de cabeça, mas eu bebi tão pouco ontem. Só uns 5 chopes. Lá no Clube do Churrasco o pessoal me trata super bem. Tenho tanta moral que , quando aparece um idiota pedindo Raul eu olho pro cara e falo pra ele ir pentelhar o músico do bar mais próximo - claro, não no microfone. Eu tenho mania de falar verdadeiros absurdos no microfone. Será que sou uma pessoa polêmica?

Esse ano foi bem produtivo. Posso até dizer que foi um ano especial. Aconteceram poucas coisas, mas foram coisas muito significantes, e acredito que te falei tudo isso no decorrer dessa confissão não tão diária que é esse blog.

Tem um casal que vai sempre no Clube do Churrasco. O Seu Luiz estava lá ontem, com sua adoravel esposa e seus dois filhos - a moça que não sei nome e o garoto que chamo de JB. Segue o bilhete que me mandaram.

" Cara, que você continue sempre em nossas vidas nos dando uma das coisas mais valiosas e que nos deixam felizes: a boa música! Tudo de bom em seu caminho sempre, acredite nos seus sonhos e nunca duvide deles, nem desista, eles são preciosos! Parabéns pelo seu trabalho, pelo amor que tem por ele e pela imensa capacidade de transmitir esse amor à nós. Obrigado por esse sopro de esperança à boa música. Seja Feliz. Família Serrano, 30/12/2009".

Lendo esse bilhete eu me deparo com uma situação um tanto peculiar. O que será que quer dizer acreditar nos próprios sonhos, quando eles sempre me pareceram tão distantes? Não comecei a sonhar com essa vida ontem, nem anteontem. Tenho 27 anos e pareço uma criança quando falo sobre esse sonho. Até quando ele vai durar?

Não sei. Mas enquanto durar, vai ser sincero. O meu objetivo está sendo traçado. Estamos plantando. Esse velho ditado clichêrizado - um dia eu colho? Vou te dizer uma coisa, querido diário... Um bilhete desses, quando não se espera, já é um fruto colhido.

Em 2010 eu espero tanta coisa, mas tanta coisa! Mas, eu te digo, com muita certeza - a maior esperança para 2010 é a vinda do meu rei, Paul McCartney. Eu sei, do fundo do meu coração, que se ele vier e eu estiver ali, separado apenas por umas grades, ele nunca saberá quem eu sou. Mas eu sei que esse cara me livrou do caminho sem graça da música sem conteúdo e me resgatou, junto dos igualmentes perfeitos George Harrison, John Lennon e Ringo Star, assim como eles fizeram com o mundo. Estou preparado para me entregar ao louvor da arte histórica, onde algumas mil pessoas serão uma só, e eu vou me ver gigante, no meio dessas tantas mil pessoas, pois seremos um só, celebrando a alegria de estar vivo vendo na nossa frente uma das pessoas mais importantes da nossa história.

Mas isso tudo é futuro. O Futuro, como eu sempre digo, é agenda.

Feliz 2010.

Felippe Pompeo.

segunda-feira, 28 de dezembro de 2009

fim de ano

Natal virou clichê.

Cada vez mais.

Rango pra caralho, pedidos de perdões, rua completamente vazia, pauta nos tele-jornais sobre o que fazer com as sobras da ceia, resto da ceia no almoço do dia 25, ressaca das mais cruéis (ainda bem que rolou um engov).

Não ganho mais presentes e tenho certeza que da última vez que escrevi em algum post sobre o Natal, eu disse as mesmas coisas.

Passa na TV uns quatro tipos de filme sobre Jesus Cristo. O Fantástico sempre fala sobre o Papai Noel. Esse ano passou "A Noviça Rebelde"? Comi umas oito unidades de rabanada. Tem panetone, chocotone, chocolate quente, gordura vegetal hidrogenada.

Pra não falar que não ganhei nada, a Silvia me deu um DVD filme dos Beach Boys. Curti muito.

Choveu. Fez Calor. Dezembro. Eu queria estar no Rio, tomando cerveja e caindo no mar adoidado. Será que vou ser patrão um dia?

Sei lá. Fim de ano tem essa coisa no ar, descanso merecido. Ninguém te chama de vagabundo por querer ficar sem fazer nada. Guerreiro é aquele que abre o estabelecimento até as 21h.

Vamos lá... Rumo à nova década. Sinto que vem coisa por aí...

Feliz Natal e um 2010 repleto de trabalho pra todos nós.

segunda-feira, 14 de dezembro de 2009

CARNE MORTA

A vida é recheada de momentos. Tantas coisas conceituam essa tal vida. Mas eu ainda acho que a nossa existência (claro, estou falando da existência individual, e não da humanidade como um todo) se resume em momentos.

Tem canções que resumem bem essas idéias. É o caso de Dead Meat, de Sean Lennon - o filho de um dos roqueiros mais brilhantes que esse mundo já teve. Tem uma frase nessa canção que diz "Você tem aquilo que merece". E a música tem um clima recheado de melancolia pura. Pensei assim: "Será que essa coisa de ser bom tem a ver com hereditariedade? Como uma doença, por exemplo?".

Mas antes de falar nisso, quero só lembrar a frase do merecimento. É fácil pensar que merecemos aquilo que nos deixa feliz. Um carro, uma casa, um aluguel pago. Mas e aquilo que não desejamos? Uma perda, um roubo, uma decepção... Aquela frase irritante que predominou as patricias em cerca de dois anos atrás - NINGUÉM MERECE! É uma frase carregada de verdades, só que dita de um modo bem grotesco.

Essa doença de ser bom. Risos. Que coisa! Sean entenderiam muito bem o que eu quero dizer. Ser filho de John Lennon deve ser algo muito intenso. Ser bom, nesse momento, é algo quase doentio. É muita cobrança. O garoto toca quase tudo do pai (inclusive Julia, do Álbum Branco, canção escrita por John para o filho Julian, fruto do 1° casamento do músico) e me vem com uma canção muito inspirada. Dead Meat, fantástica.

A canção que o PAI fez para o filho Sean foi Beautiful Boy - essa que fez Paul McCartney engolir um ataque de choro.

Será que deu tempo do Sean se despedir do pai?

Eu volto aos momentos da vida. Perder uma pessoa deve ser um misto de agonia simultânea (daquelas que a dor parece ser física mesmo, e que você deve querer enterrar as mãos no peito e arrancar esse sofrimento) e crescimento espiritual, pois como dizem por aí - tudo tem um propósito.

Mas deve ser muito trágico perder alguém e não se despedir. Um acidente, por exemplo. Fica a dica de um filme que mostra um momento assim - Amor Além da Vida. Não gosto de falar dessas coisas, mas isso me veio à mente.

Todos os dias a gente tem que perceber que a vida são momentos. São os momentos que nos fazem pensar, refletir e somar as coisas que realmente importam. Ai de mim!

SEAN e o irmão JULIAN

http://www.youtube.com/watch?v=mw8fsu32vAE - a URL da canção DEAD MEAT, se te interessa.

quarta-feira, 9 de dezembro de 2009

O Visitante

Recebemos uma visita inusitada no ônibus hoje. E foi no momento em que me levantei para "puxar" a campainha. Entrou um besouro pesadão, daqueles que faz barulho pra voar e que parece que vai cair no chão o tempo todo. O bicho parecia que estava bêbado. Eu olhei para o inseto. Não curto. Mas pensei:

"Pô, se eu dar uma de cusão vai ficar feio pra mim"...

E esperei pra ver no que ia dar. Então o besouro deu um rasante da poupa do busão à proa. Quatro mulheres berraram um ilariadasso "aaaaaaaaaiiiii". Aí o besouro fez uma curva, passou bem de frente dos meus olhos e deu um rasante pra cima de 2 caras que estavam sentados, que fizeram uma cara de medo que só eles... Foi um pra cada lado, como se uma mulher horrorosa estivesse pulando em cima deles. Depois o besouro foi pro lado do motorista, que havia ouvido o "aaaaaaaaaai" das minas e não entendia nada. Quando ele viu o bicho, também deu um breve pulo. Isso tudo foi em menos de 40 segundos, então o bicho percebeu que ali teria sua vida sacrificada e pulou pra fora por uma janela aberta!!!

Isso foi genial! Desci rindo muito e escrevo esse post rindo muito.


segunda-feira, 7 de dezembro de 2009

No fim a gente ri.

Tem coisa que entra pra história. Beatles, Hitler, Títulos do brasileirão (parabéns Flamengo)... E coisas que entram pra história da nossa vida, mesmo que for algo para se lembrar depois de anos, bem velhinho. Tem coisas que sempre lembro, mijando de rir, com o Ruga. Sempre conto e tudo quanto é oportunidade. Resumo aqui.

Quando, por exemplo, indo para Belo Horizonte de busão fretado com a banda e o próprio Ruga foi mijar e a porta do banheiro abriu com ele segurando o próprio bilau. Ou mesmo quando fomos para essa mesma cidade em uma van e o pneu estourou e mais tarde a correia dentada quebrou - fato que fez meu pai, o nosso monitor (tinha que ter um adulto presente) falar que nunca subiria num avião conosco.

Já passei por cada coisa. Uma vez eu tinha um amigo chamado Juan - mas na escola era apelidado de monstro - e precisei ligar pra ele. - Alô, o Juan, por favor. - Tá falando com ele. - É o Pompeo. -Que Pompeo? - Ora, vai se fuder! Toma no cú! O Pompeo! - Ah, você acha que tá falando com o Juan filho... sou o pai dele.

Pois bem.; Sábado rolou outra que, como eu disse pro Gaúcho antes de rolar, "essa vai entrar pra história".

O maluco do Gaúcho fechou um show nosso pra um bando de velhinhos de 60 e poucos pra cima. Achávamos que tocaríamos no jantar. Te explico - o esquema rolou no Hotel Premium, lá numa das saídas (ou entradas) da cidade. Quando a gente toca nesse hotel, geralmente é em jantar, e o nosso repertório dá conta de sobra. Só que ninguém falou pro Gaúcho que íamos tocar depois da janta. Quando ele me ligou dizendo que ia ser às 22h, pensei o meu clássico fudeu.

Ninguém avisou para nós que os velhinhos queriam dançar.

Chegamos. Montamos o som. Passamos e as pessoas já começaram a olhar estranho. Os velhinhos foram chegando e atá apagaram as luzes e tal. O Gaúcho diz que o momento ápice do desentendimento comunicativo foi quando eu entoei a canção "Meu Mundo e nada Mais" do Guilherme Arantes, para um bando de velhos e velhas sedentos para dançar ao som de forró, bolero e bossa nova.

Todo mundo olhava estranho para nós. E eu olhava estranho para eles. O contratante ia de um lado para outro, não entendendo nada.

Até que chegaram 3 e chamaram o Gaúcho.

- Larga seu amigo aí e venha até nós. Queremos conversar.

O Gaúcho sumiu e me largou. Pensei em parar e ver o que estava rolando. Mas nem isso dava pra fazer porque, pra ajudar, não havia equipamento eletrônico de som, de modo que ia ficar um silêncio sinistro se eu parasse de tocar. Pensei e achei melhor conversar com os 14 que haviam sobrado no local (de um total de uns 100).

- Poxa gente, ninguém nos disse que vocês queriam dançar. Esse é o nosso repertório. A gente pensou que ia tocar no jantar de vocês, e não numa confraternização. De qualquer modo eu agradeço aos poucos que ficaram até agora. Não sei o que está rolando lá com o Gaúcho, mas vou continuar fazendo o meu trabalho ok? Pois estou sendo pago pra isso.

Eles bateram palmas. Fizemos as pazes. Toquei Flor de Liz - Djavan - e Emoções - do Robertão - música essa em que uns 3 pares, finalmente, dançaram! Foi nesse momento em que o Gaúcho voltou dizendo uma porção de coisas que não entendi porra nenhuma.

Mais tarde fui entender que eles estavam pedindo pro Gaúcho desculpas, que havia rolado uma falha na comunicação (velho é foda... sabe reconhecer os erros) e que, pra salvar o resto da noite - cerca de 40 minutos pra uma da manhã - se um de nós não tinha qualquer coisa pra tocar um forró pra eles. Eu cai na risada. Gaúcho ria que nem louco. Tocamos mais 2 canções e nos despedimos.

Eles chegaram no acordo de que pagar os músicos e acabar com a noite seria o melhor para todos nós. Palavras do contratante:

- Vocês são muito bons! Mas não são o que queríamos.

Eu, claro, tenho que culpar alguém, culpei a idiota da mulher do hotel, no qual a função dela foi dar o nosso telefone ao cliente que fez a festa no hotel. A burra não soube trabalhar direito e ver esse tipo de detalhe. O que mais me dá raiva é que a idiota sabe o que a gente toca.

Mas, no fim, ri muito.

quinta-feira, 3 de dezembro de 2009

CHINGO com CH.

Ando pensando muito nos meus erros. Mas quando sei que tenho razão, não arredo o pé. Sei que sou uma pessoa difícil, mas oras bolas! Ando me policiando, e é essa mesmo a palavra a ser usada. Sou policiado por mim mesmo, pra deixar de ser eu mesmo o tempo todo, porque as pessoas se incomodam comigo - e dizem que são meus amigos. Vai entender! Imagina quem não é meu amigo!

Acho que é por isso que a gente é verdadeiro com aqueles que julgamos ser amigos.

Que vontade de chingar. Chingar muita gente. Pois bem! Que desabafo.

VAI TOMAR NO MEIO DO SEU CÚ! SEU FILHO DA PUTA! CRETINO! CANALHA! SEU MERDA!

Pronto. Chiguei. Não é pra você nem pra mim nem pra ninguém. É vontade de chingar diante de tanta coisa sem noção que me rodeia.

É nego que joga lixo no meio da rua. É gente que varre calçada com água. É bar que acha que é meu patrão. É bêbado pedindo "toca Raúl". É caixa do Tenda Atacadão me tratando como tudo - menos um cliente. É trabalhar pra caralho e não ver um lucro sequer. É esses caras do poder que insistem em dizer que são inocentes. É tanta coisa.

Sinto um sono forte. Nesse momento é foda até pra atender cliente por telefone. A pessoa fala uma coisa e eu entendo outra. Meus olhos começam a cair num movimento involuntário. Sinto uma leve pressão na cabeça, quase como se fosse uma dor. Tem sono que dói. Quando me jogo na cama é a coisa mais relaxante e prazerosa. No momento é o que mais preciso. Melhor que sexo. Mas como sou homem macho tchê não recuso uma boa malhada com minha gata. Mas tem dia que deixo pra depois... Rs. Sim! Já neguei fogo! Duas coisas me fazem negar fogo: se estou bêbado demais ou se estou com sono de mais. Foda!

Tem gente que reclama de barriga cheia. A minha viver querendo ser saciada. Eu sei que você pensou em comida, mas continuo na analogia. Sempre quero mais. Sempre quero ser o melhor. Me contento com as coisas que tenho. Mas sempre quero algo melhor. Acho que vou ser assim pra sempre. Esse é o problema dos ricos.

Será que vou ser rico? Fico pensando como eu seria se eu fosse rico. E não me venha com esse papo de rico de saúde... Isso já sou até demais.

Quero sim ter uma grana. Vamos ver. Tem que trabalhar pra merecer. Nesse mundo existem 4 formas de ficar podre de rico: trabalhando - ganhando na sena - herdando de alguém - roubando. Me encaixo no trabalho, como a grande maioria das pessoas.

Ah que foda!

sexta-feira, 27 de novembro de 2009

Ontem tive uma visão: Os malucos são mais felizes.
Porque não sentem vergonha de nada.
Não se prendem em passado, ou futuro. Apenas vivem.

Sim, eu sou maluco, e dos mais difíceis de conviver. Sou insuportavelmente perfeccionista. Sou insuportavelmente mau humorado. As coisas pra mim têm que ser feitas com atenção. Falta de atenção é um caso clínico que deve ser tratado. Sou à favor da liberdade de maluquices. Cada faz o que lhe é bem vindo.

Puta merda, que governo mais idiota e hipócrita! Calmantes, cigarros, álcool, inas e mais inas em várias fórmulas de medicamentos lícitos (que deveriam ser ilícitos). Eu não entendo como é que uma coisa que vem da terra pode ser proibida. Nunca ouvi falar de gente que morreu de canabis. E o tempo todo eu ouço falar de gente que morreu de câncer no pulmão, ou de acidente de carro (tava muito bêbado) ou de cirrose... Antes que você pense que sou mais um fazendo apologia à maconha, você está muito enganado! Só não vejo sentido nisso tudo. Acho que sou um burro ou um idiota qualquer.

Gosto dos domingos. Eu me sinto patrão. Uma verdadeira lady ao meu lado o dia todo. Nenhum compromisso (só comigo mesmo). Gosto dos meus amigos. Gosto da minha música. Gosto dos meus discos e da minha cachorra. Gosto de Deus. Gosto de Coca Cola e de bolinho de arroz. Gosto de carne e de frango (de tudo quanto é jeito). Gosto de leite condensado. Gosto de colocar nescau no leite condensado. Gosto de mar e de areira. Gosto de chicória (até que se prove ao contrário, é de chicória que to falando, e não de outra coisa, se é que você me entende - e gosto muuuuito! mais do que lasanha). Gosto de ler algo que me surpreenda. Gosto de filmes bem feitos. Gosto de quando o som tá redondo no palco.

Santa sintonia! Santa paciência! Santo dos santos.

Os fins justificam os meios.

Se é pra felicidade geral da nação, diga ao povo que fico!

Ser ou não ser? Eis a questão!

Mas que diabos é um gigawat?

Independência ou morte! Para livrar o Brasil de Portugal!

Vocês vão ter que me engolir!




Uma boa loucura não faz mal pra ninguém. O que faz mal pras pessoas são palavras mal colocadas.

segunda-feira, 23 de novembro de 2009

Uma Narração - PARTE 3

- Cara - disse Getúlio - acho melhor deixar quieto esse negócio de ir até lá...
Maloqueiro olhava para o distante. Parecia completamente fora de si.
- Olha - disse Tião - Vamos juntos... Deixa o Maloqueiro aí. A gente vai devagar, trocando idéia. Pode ser, Maloqueiro?
Maloqueiro nem respondeu. Sentou no chão e ficou olhando as estrelas abaixo dele. Então Tião e Getúlio continuaram a viagem, deixando maloqueiro nos sustentáveis anéis.
De algum modo o universo parecia finito. Getúlio olhava para a grandeza das coisas ao seu redor. Era difícil de acreditar que estava ali, tão distante de casa, tão longe do raciocínio lógico. Parecendo ler os pensamentos de Getúlio, Tião disse:
- Nessas horas a lógica não faz mais sentido, Getúlio. Isso ocorre quando a gente vê e enxerga mais longe. Por mais que digam que isso tudo aqui - Tião apontava para as estrelas, para o universo na sua frente, para as nebulosas - tenha uma lógica de funcionalidade... está me acompanhando no raciocínio?
Getúlio, que estava com os olhos meramente fechados, balançou a cabeça, respondendo:
-Sim, estou te acompanhando. Eu também acho que chega uma hora que a lógica foge do controle. Coisas como instinto, sentimento, amor, tesão, ódio, lógica... É... como é mesmo?
Houve um silêncio... Tião olhava para Getúlio, pasmo.
- Diga de vez o que quer dizer, Getúlio.
- Cara, esqueci o que eu ia dizer...
Risos gerais dos dois. Se recuperaram rapidamente.
-Sabe - disse Tião com um sorriso enorme no rosto - eu acredito que a gente esquece o que ia dizer porque ia falar algo muito tenebroso, muito profundo, muito sério e muito sincero, quase que se como a coisa a ser dita não seria uma frase pensada por você...
- Mas por quem, então?
- Sei lá cara... Vai saber... Mas é o tipo de coisa que, no mínimo, não era para sabermos... Por isso que você esqueceu.
- Tem coisa que não precisa falar nada... Olha só esse planeta!
Saturno era parecido com a Terra, com exceção da parte urbanizada. O planeta era uma floresta de árvores com proporções para gigantes da Disney. Getúlio e Tião não se cansavam de olhar o tamanho das samambaias, dos brócolis e das mangas. Estranhamente eles respiravam. Como não eram físicos nem imaginavam que gás estavam respirando, mas tinham a impressão de ficarem cada vez mais "levez". Foram entrando no planeta. Não sabiam o tamanho do terreno (cerca de zilhares de quilômetros a mais que a Terra). Ao que em certo momento ouviram uma voz.
- Quem está aí?
A voz era como se estivesse amplificada por 54 eventos do Rock in Rio. Tião olhou para Getúlio. Um novo "fudeu" se passou pela cabeça dos dois.
Uma luz se projetou do nada em direção a eles.
- Entrem, vieram em paz. Fiquem à vontade.
-Você é Deus? - arriscou Getúlio.
Uma risada que pareceu trovões ecoou pelos cantos.
- Não... Não sou Deus. Porque pensa assim?
- Porque - disse Getúlio - sua voz é imensa. É só nisso que penso.
- Estou testando um novo equipamento que comprei na intergaláctica - a internet do espaço. Esse equipamento veio da estação Tetra 324, perto de Comandus de Singular.
- Ãn?
- Não se assustem. Isso é só tecnologia. Vocês são da Terra, não são?
- Sim!
- Parecem Bill e Ted.
- Mas e essa luz? - disse Tião.
- Um brinde. Veio com o equipamento. Haverá uma festa aqui em Saturno. Vai tocar uma tal de banda Oito Mãos. Todo o sistema solar está convidado. Mas duvido que venham todos. Esperamos apenas umas 97 trilhões de pessoas. Não é um recorde, mas é uma festa e tanto!
- Você poderia, por favor, parar de falar nesse seu amplificador e desligar essa luz, para que possamos conversar de igual para igual, já que você não é Deus...
Em minutos um homem aparentando ter uns 33 anos apareceu.
- Olá. Sou Claustiminofobol Sagtunarento Dsamiano. Mas podem me chamar de Mauricio.
- Fala cara! Bão? - disse Getúlio.
Todos deram as mãos.
- Mas, me diga... Quando mesmo que vai ser essa festa?
- Daqui 100 anos. Mas receio que não vai dar tempo de contratar as bebidas de Plutão - convenhamos, são as melhores. Dão euforia e não causam ressaca. Teremos que nos contentar com essa planta aqui mesmo - mostrou a samambaia gigante - fazemos um suco dela. É super refrescante.
- Mas causa euforia também? - disse Tião.
- Um pouco. Querem experimentar?
- Acho melhor não. - disse Getúlio - Mas então... 97 trilhões de pessoas? É muita gente? E tem gente lá na Terra que acha que não existe vida além do nosso planeta.
- Isso é normal. Logo a rede Intergaláctica chega lá pra vocês. Tudo depende da tecnologia. Seu planeta está passando por um momento de transição, evolução e reciclagem. Daqui a pouco aparece uma nova geração de cientistas mais ousados e eles vão descobrir tudo aqui e mais pra lá!
- Mas onde estão os outros? - disse Tião.
- Em seus lugares. Em suas casas. Aqui é a minha casa. Como não há guerra entre nossos povos eu não tive medo de vocês. O povo da Terra é inofensivo, e eles não sabem disso. Na verdade a nossa tecnologia é mental. É aí que mora o segredo.
-Todos os planetas são habitados? - disse Tião.
- Menos Marte. Lá não tem nada, nunca teve e nunca vai ter. Aquilo é o maior deserto do Sistema Solar.
- Por isso que a Nasa não acha nada! - disse Tião para Getúlio.
- Onde mais vai ter festa? - disse Getúlio.
- Em Plutão, daqui a 2 mil anos. Lá sim a coisa é foda!
- Poxa... acho que daqui a 2 mil anos estaremos mortos. Não vai dar pra ir. - disse Tião.
- Olha... É assim que vocês pensam. Mas eu adianto uma coisa. Vão poder ir sim. Quando vocês morrerem vão morar em Mercúrio. Aí coisas como tempo e espaço deixam de existir. 2 mil anos é quase 3 dias pra quem não é da Terra. Vocês vão ver! Espero por vocês hein!
- Valew Mauricio - disse Tião, entendendo que era hora de ir embora.
Todos se despediram.
Quando voltaram encontraram Maloqueiro deitado na grama do Campo de São Dicélio. Maloqueiro roncava.
- Acorda Maloqueiro! Vamos pra casa! - disse Tião.
- Puta merda! - disse Getúlio.
- O que foi, cara? - disse Tião.
Ao que Getúlio respondeu:
- Que viagem! Rs...
FIM

segunda-feira, 16 de novembro de 2009

Pessoas estranhas, gente esquisita!

Antes de mais nada, uma curiosidade: este é o post de n° 30! Dizem por aí que todo número que termina com zero deve ser celebrado! Então vamos lá!
Eba!!!!


Pronto.

Bem... "Os Blocos de Cimento" é um blog onde gosto de escrever coisas que me aparecem na mente e que não consigo compartilhar com as pessoas numa conversa comum - talvez pelo fato das pessoas não gostarem das minhas idéias, ou pelo fato de eu expressar melhor certas idéias escrevendo... sei lá!

Mas os comentários de Marília Viana são um caso à parte - digamos assim: um tempero final no blog. Numa dessas, tiro idéias de assuntos para postar. É o caso do post que faço nesse momento.

Hoje vou falar sobre as pessoas que encontramos nos ônibus - são muitas; algumas estranhas, outras esquisitas, outras felizes, outras malucas, outras que nem a gente, outras normais até demais. Andar de ônibus é uma oportunidade de ver a cidade em vários ângulos, ouvir um disco no mp3 fuck, ler alguma coisa (pra quem consegue - eu simplesmente vomito se ler mais de uma página com o carro andando), falar no celular (ás vezes bem alto, ás vezes bem baixo), ser gentil (com os velhinhos) ser cusão (com os cusões), etc.

Foi no ensino médio que esbarrei com muita gente. Quando eu estudava no Batista, pegava busão às 6:50 da matina e retornava às 12 horas e trinta minutos. Em ambos os trajetos conheci gente de todo tipo, e um ou outro até hoje cumprimento e atualizo sobre a vida deles e eles sobre a minha. A pergunta que mais ouço é a seguinte : "E a banda? Como tá?" rsrs... Das pessoas maldosas eu ouço: "Nossa, como você tá gordo" - sim, porque um comentário desses pra mim é sinônimo de maldade (rs).

Eu pegava o 3.02 rumo à prefeitura numa rua atrás da minha casa. Como já dito, lá pelas 6:30 eu já estava bocejando no ponto. Duas coisas todos os dias aconteciam. Uma cadela vira-lata marrom aparecia abanando o rabo pra mim. Em dias bem frio eu sentia muita dó dela. Sempre dava carinho (com muito cuidado para me restringir apenas em fazer cafuné nela na cabeça... Sei lá onde ela se rolava) e ela abaixava a cabecinha, sentava e ficava abanando o rabo. Eu dizia coisas do tipo "Oi coisa bonita! Como vai?" Ela dava moral pra mim por uns 60 segundos e descia a rua. Assim que ela sumia de vista, na contramão (de encontro a mim) vinha uma velhinha de cabelos prateados. Ela usava uma roupa que não sei dizer (roupa de velha, oras bolas) e vinha bem devagar, mancando, persistindo, se recusando a ficar em casa deitada numa cama. Ao passar por mim, ela dizia:

"Bom dia!" e eu respondia "Bom dia, tudo bem com a senhora?" ela falava "Estou ótima. Tenha um bom dia, que Deus te abençoe e te proteja. Deixa eu ir caminhando que eu vou na igreja".

Ela ia numa igreja que não sei o nome (acho que é São Francisco de Assis). Sempre simpática. Recebia um sorriso meu todos os dias, mesmo que eu estivesse puto com qualquer coisa, e quem me conhece sabe que, infelizmente, eu desconto meus problemas nos outros.

Pena... Nunca mais a vi. Acho que foi de vez pro céu. A cadela? Um tempão depois (3 ou 4 anos) voltei a pegar o mesmo ônibus (agora um 3.81) na rua de baixo (ando menos) e passei a me encontrar com uma cadela perfeitamente igual a outra, que faz a mesma coisa, e eu passo a mão na cabecinha dela. Engraçado... Deve ser a filha da outra!

Tinha um cobrador de lotação que me chamava de Pop Star. Explico. Uma vez ele viu um CD dos Lucidas na minha mão. Devia ter alguém do meu lado (um amigo, não lembro...) e estávamos falando da banda, etc. Alguns meses depois abrimos o show do Charlie Brown, e foi espalhado pela cidade o cartaz do show com um dizer interessante: "Abertura do Show: Banda Lucidas". O cara da lotação leu isso e quando me encontrou, confirmou que se tratava da minha banda. Pronto! Sempre que eu subia na lotação dele ele falava : "Olha ai o Pop Star!" E a gente ficava conversando. Ele falava coisas do tipo "Um dia vou ter ver importante e vou ter o prazer de ter te transportado na minha lotação", ao que eu respondia "Se isso acontecer, vou te contratar pra ser meu motorista para viagens longas". Grande homem. Não sei o nome dele. O encontrei uma vez montado numa moto, entrando num condomínio no gramado pra fazer uma entrega. Claro, quando me viu, berrou : "Fala Pop Star!". Espero que esteja bem.

Tinha uma garota. Uma gordinha morena que de início eu achei que ela fosse afim de mim. Mas não, ela cantava. E o interessa dela em mim era por saber que eu também cantava. Eu tinha mania de levar o violão para a escola. E numa dessas a mina me viu com o violão nas costas e puxou assunto. A gente se cruzava todos os dias e falava sobre música, coisa que durou uns 2 anos. Da última vez que a vi, ela estava gravando gingles de candidatos à prefeitura, e eu devia estar entrando no Oito Mãos... Não sei ao certo. Só sei que nunca mais a vi. Espero que esteja bem.

Tinha um carinha que sabia meu nome porque eu disse, mas eu não me lembro o nome dele. Era um nome comum - tipo Ricardo, André, Rodrigo - mas ele não era nada comum. Era um cara especial. Só nunca identifiquei a deficiência dele - Down não era, pois como dizem, os Downs se parecem, e ele tinha a feição comum. Mas era um gênio. Não sei porque, mas fui o único que deu assunto pra ele. Toda vez que eu subia no ônibus (nos momentos de voltando pra casa) ele abria um sorrisão e falava bem alto, como o ônibus lotado: "Fala Felipeeeeeeee". Eu dava um sorrisão. "E aí garoto!". Sentava do lado dele e ficava ouvindo ele falar sobre as coisas dele. Duas coisas ele sempre falava : 1° - que as mãos dele tinha uma cor estranha, e eu tentava, em vão, convencê-lo de que não havia nada de errado com as mãos dele; 2° que estava indo no Shopping (Iguatemi, ponto final do 3.02) tomar uma água de côco. Isso eu nunca averiguei. Também nunca mais o vi. Espero que esteja bem.

Tinha uma outra moça que descia no mesmo ponto que eu. Só que ela não falava boa tarde, oi, porra nenhuma. Eu também não queria nada com ela, só que, sei lá... Uma pessoa que se cruza todos os dias eu costumo dizer "oi". Rs. Essa devia ser brava. Ou eu que tenho essa cara de louco... Nunca mais a vi. Espero que esteja bem.

Hoje tem um cara que tem uma floricultura embaixo da minha casa. Essa floricultura é do lado do ponto. Esse cara vendeu umas flores para um amigo meu dizendo que, com certeza absoluta, flores era meia foda. Rs. Não sei o que aconteceu com as flores, mas esse cara todos os dias eu cumprimento com um breve "oba".

Tem um tiozinho (quase um vô) que conversou comigo sobre cigarros. Dizia ele que não tragava. Mas que não tragava há uns 30 anos. Acho que faz o mesmo mal né. E, de fato, ele não tragava. Ainda o encontro. Tá vivo ainda.

Uma senhora negra perguntou pra mim sobre um ônibus vermelho que passa no ponto. Eu disse que fazia mia hora que eu tava lá e que não havia passado ainda. Ela disse que precisava estar no seu destino às 2:30 (era 12:25). Eu disse: "Nossa, mas onde a senhora vai?". "Lá pra depois da Pucc, quase no Dick". Fiquei interessado e mantive conversa. Disse que demorava mais de uma hora e meia pra chegar em casa. Nunca mais a vi. Espero que esteja bem.

E tem outras figuras que nem dou idéia. Sei lá porque, simplesmente não vou com a cara. E imagino que muita gente não vai com a minha cara também. Principalmente se eu pegar esse ônibus tarde da noite (tipo às 21h) e sentar lá no fundo. As mulheres sempre me olham com uma cara de medo que vou te contar viu...

Nunca contei isso pra ninguém. Pra falar a verdade, nunca tive o porque de contar isso pra pessoas, até ter um Blog.

quarta-feira, 11 de novembro de 2009

Uma Narração (parte 2)

Então Getúlio foi o primeiro , seguido de Tião e Maloqueiro. Chegaram praticamente ao mesmo instante no planeta comprometido. Getúlio olhou para os outros. Parecia concentrado e ao mesmo tempo descontraído - se é que esse tipo de coisa existe.
- Estão fazendo boa viagem? - quis saber Getúlio.
Os outros tiveram um acesso de risadas. Getúlio retribuiu a emoção.
- Bem - disse Getúlio, enxugando uma lágrima - me parece que sim! Então? O que acham?
Tião, o amigo, respondeu.
- Eu acho que você tá ficando maluco.
- Em que sentido?
Maloqueiro só observava, ora olhando para os dois, ora sentindo a gravidade zero, pois por mais que Saturno fosse maior que a Terra, lá a gravidade é zero, de modo que as pessoas levitam levimente, e a sensassão é a de que os pés chegam quase a perder o controle, e a mente manda um sinal, mas a gravidade do planeta não corresponde igual a da Terra - então é simplesmente assim que Maloqueiro se sentia - mas matinha a antenção e os ouvidos diretamente para a conversa de Tião e Getúlio.
- Olha - disse Tião - no sentido de que você já não sabe mais onde está ou não.
- Estranho - observou Getúlio, e assim sucessivamente - onde estamos?
-Ora Getúlio! Olhe em volta!
-Cara... não é Saturno?
-Não!
-É sim!
-Não, não é...
-Mas eu vejo os anéis lá no fundo! E as núvens de carbôno 14 flutuando sobre o horizonte, como se fosse ocorrer uma tempestade de fósseis!
-Que tipo de fóssel?
-Ah... Acho que um de Brontossauro.
-Mas porque não de um T-Rex? Ou de um Raptor?
-Não sei! Só sei que vejo esse Bronto!
-Getúlio...
-Diga Tião!
-Quanto será que custa uma girafa?
-Ué? Mas estamos falando do quê? De girafas ou de dinossauros?
-Eu já nem sei mais sobre o que estamos falando.
Então ocorreu um acesso de risadas. Maloqueiro acompanhou no sentimento. Entre uma lágrima ou outra, disse:
-Tião! Você havia dito que aqui não é Saturno. Eu também acho que estamos em Saturno! Mas, afinal, onde é que estamos?
- Poxa gente! Nós estamos nos Anéis de Saturno. O planeta em si requer muito mais esforço. Mais umas 3 horas de viagem!
-Então fudeu! - disse Getúlio, gerando um novo acesso de alegria coletiva.
Continua... um dia.

terça-feira, 10 de novembro de 2009

Discovery Channel

Se tem uma única coisa que é bem legal no canal pago, essa é a Discovery Channel. O nome do canal já diz tudo. Vou, a seguir, compartilhar com vocês (não sei porque coloco no plural, mas meus leitores devem ser uns 3 ou 4, somando eu) o que vi no último programa.

Ontem passou um programa chamado "Maravilhas Modernas ", onde eles abordaram o assunto de transporte. Em um belo resumo, a melhoria do transporte é a salvação do planeta Terra (ou seria Água?).

A humanidade cresceu muito. Todo mundo tem um carro. Logo no mundo inteiro tem caos de trânsito. Ultimamente eu estou vendo o lado bom do trânsito. Ouço vários discos no meu Mp3 fuck e aproveito para deixar as horas passarem, e o dia voa.

Voltando...

Imagens de engarrafamentos em Londres, Paris, Nova York, São Paulo... Toneladas de monóxido de carbono na atmosfera, consumo incontrolável de petróleo, aquecimento global... Foda!

O programa mostrou que existem cientistas trabalhando em projetos do futuro, que acreditam ser a salvação do mundo e , consequentemente, o futuro imaginado por vários cineastas (Spielberg, por exemplo, em De volta Para o Futuro: parte 2).

A primeira coisa que os caras mostraram foi uma alternativa de metrô. Pequenos viadutos superfuturistas serão levantados nas cidades. Imagine um pequeno trilho de concreto ao lado do Laurão. Nesse trilho, carros que comportam até 2 pessoas. Nesse carro, ar-condicionado, poltronas confortáveis, uma Tv pra relaxar... (pelo o que ue vi, a janela não abre! Ahhhhh!). Nesse trilho os carros são movidos por uma energia tipo imã, de modo que o carro chegue a 150km e você não dirige, não faz nada. Uma viagem daqui de Campinas pra Bauru seria algo bem tranquilo, sem stress...

Com isso a frota de carros já reduz pela metade.

Depois os caras mostraram um carrinho pra uma pessoa apenas movido a nitrogênio - o elemento de maior abundância no nosso planeta.

Em Paris já colocaram as bicicletas pra funcionar. O governo (claro, de primeiríssimo mundo) disponibilizou 20 mil bicicletas na cidade. Todas - absolutamente TODAS - monitoradas, de modo que a empresa que toma conta disso sabe exatamente onde se encontram cada uma das suas 20 mil magrelas. O que acontece? O parisiense pega essa bike em um terminal de bikes e vai até o seu destino, onde tem outro terminal de bike. Um detalhe foda: as magrelas são de graça nos primeiros 30 minutos. Se eu tiver que ir da minha loja até a Norte-Sul e voltar, eu usaria uma dessas. Mas ainda não acabou: cada bike gera cerca de 20 watts de potência em meia hora de pedalada. Isso é armazenado. No fim do dia, 20 mil watts de potência são armazenados e usados na iluminação da cidade. INCRÍVEL! Além do mais, as pessoas ficam mais saudáveis, as ruas ficam mais limpas; e um dado interessante: as pessoas ficam mais alegres, menos estressadas, pois não tem engarrafamento.

Ah... Vai fazer uma viagem de 400km? Estão trabalhando no carro voador. Isso mesmo! Com asas e tudo o mais. O carro voador vai ser guiado automaticamente por computadores e você não vai precisar tirar diploma de piloto de boing.

Outra coisa: No futuro teremos informações em tempo real. Tipo: você levanta da cama, toma seu café, mija, toma banho... E agora? Vai como pro trabalho? De carro, metrô, carro-metrô, bicicleta? No espelho do seu banheiro estarão as informações do modo mais rápido, limpo e seguro de chegar ao seu destino - tudo full time. Mas como isso é possível?

É aí que entra o grande foda de todos os tempos!

GOOGLE meu amigo!

A Google inventou um novo tipo de mapa. Não é mais papel. Eles refizeram esse conceito. E você já pode ver como isso está funcionando no Google Earth. Só que não para por aí. A grande idéia do Google é colocar o MUNDO todo na tela do seu PC. Você não vai mais precisar ir até Nova York pra conhecer o lugar. Do seu PC, você clica na Times Squere e vai estar lá, em fotos de alta resolução, em 3D, 360°, pra você ver tudo do jeito que você quiser. Impressionante? Calma... Não acabou...
A Google está fotografando o mundo. Eles tem um grande número de carros equipados com câmeras de última geração fotografando o 4 cantos do planeta. Esse é o projeto desses caras. A Google é a empresa do futuro. Você vai poder, de fato, conhecer a Terra.

Mas, incrível, não para por aí. Mais pra frente, quando todo o planeta estiver fotografado, a Google vai colocar os carros na rua novamente e fotografar tudo. Segundo eles: - O mundo muda o tempo todo. Eles tem razão... Aí sim, em uma parceira com o mesmo satélite que fotografou tudo e colocou a tua casa no Google Earth, eles irão fazer desse mesmo software uma ferramenta para se ver a Terra em tempo real - as pessoas indo e vindo, os carros, os mares, o fundo do mar em Madagascar, a pelada de futebol em Copacabana, o garimpo em Minas Gerais, o churras na Argentina, a barraquinha de cachorro quente no EUA, o caralho a quatro.

FUTURO!!!!!

Ah... pra terminar. Nos intervalos da Discovery rola um cara fodão falando de um modo simples sobre ciência. Ontem ele falou sobre seres de outros planetas. Primeiro ele conceituou inteligência, dizendo que se entende por inteligência o ser que tem consciência de si, que tem conhecimento do tempo e que sabe do fim de sua existência (morte). Disse um outro conceito também - a inteligência coletiva (abelhas, formigas). Depois ele falou que desde o início dos tempos o homem olha para o céu e indaga sobre a existência de seres extraterrestres. Ora, se a civilização da Terra tem apenas 14 bilhões de anos, e que a ciência moderna é bem novinha - 400 anos - a probabilidade de seres extraterrestres terem uma ciência de 20 trilhões de anos é bem óbvia, e que se eles conseguem se tele-trasportar e viajar na velocidade da luz, isso quer dizer que suas tecnologias seriam mágicas para nós. Sendo assim, nós enxergamos os ET's como retrato de Deuses ou Demônios - o que, segundo a frase do cara, não deixa ser um retrato de nós mesmos, de um jeito ou de outro.

Massa, né?

segunda-feira, 9 de novembro de 2009

Uma Narração. (1ª parte)

Getúlio - um garoto de vinte e poucos anos (quase trinta) - teve uma grande idéia!

- Vou até Saturno.

A primeira coisa que fez foi recrutar sua tripulação. Ligou pro Tião.

- Tião, vamos dominar o mundo?
- Mas que horas você quer fazer isso, Getúlio?
- De noite, quando todos dormem.
- Ok. É um belo plano. Onde vamos?
- No Campo de São Dicélio.

A segunda coisa que fez foi arrumar condução pra Saturno. Ligou pro Maloqueiro.

- Fala Maloqueiro.
- Fala!
- Tá com os tickets?
- Pra onde?
- Saturno.
- Deu sorte. Sobraram duas passagens.
- Vou querer as duas.
- Onde te encontro então, Getúlio?
- No Campo de São Dicélio.

A terceira coisa que fez (quase na hora da partida) foi comprar suprimentos para a viagem, que deveria ser longa - quase a noite inteira. Passou em um aloja de conveniência.

- Boa noite.
- Mais alguma coisa, senhor?
-Sim... Essa paçoca também... Ah, e essa queijadinha.

Suprido de dois pacotes de Ruffles e uma garrafa de dois litros de coca-cola, Getúlio foi se encontrar com seus comparsas no vasto Campo de São Dicélio.

O primeiro a chegar foi Tião.

- E aí, Getúlio? Bão?
- Bão... E você?
- Bão também...
- Cadê a nave espacial?
- Tá chegando...

Conversavam sobre qualquer coisa quando chegou o Maloqueiro.
- Fala! Duas passagens, isso?
- Isso! Muito bem Mala! Vai ficar por aí?
- Poxa... Acho que vou com vocês...
- Então vamos!

(continua... um dia).

terça-feira, 3 de novembro de 2009

Mais uma vez: O Passado!

Simplesmente o tempo me persegue (ou eu que o persigo?!), assim como o ar, a lua, o sol... São coisas que simplesmente existem. Só que ultimamente eu ando esbarrando demais com as coisas que já vivi. Logo eu, que sempre digo que não me fixo em esquemas temporais.

Não faz nem um mês que eu fiz 27 anos e já me sinto velho. A gente fica velho quando percebe que você já não é mais uma geração do futuro; ou quando você se força a perceber que certos valores foram jogados por tempo a baixo; ou mesmo quando você olha para uma pessoa de 18 anos e vê como ele é novo, cheio de espinhas na cara, pele de leite, olhos cheios de dúvidas e medos e desesperos e um monte de coisa - aí você se lembra de quando você tinha 18 anos e se achava um puta adulto.

Cada ano que passa eu me sinto um idiota por ter me achado um adulto no ano passado (ficou confusa essa frase? Espero que não).

Tem uma frase do querido Bilbo Bolseiro* num momento de reflexão diante do grande mago Gandalf, o cinzento, em que Bilbo diz o seguinte : "Estou velho meu amigo Gandalf... Preciso de férias, sair por aí, para uma nova aventura! Me sinto esticado, como manteiga esparramada no pão do café da manhã". Esticado nada mais é do que vivido.

Hoje uma senhora apareceu aqui na loja (uma daquelas clientes que chega só pra trocar idéia com minha mãe e acaba levando um lustra móveis) se queixando de que queria vender a sua casa simplesmente para comprar outra, em outro lugar, em outra cidade, para simplesmente mudar de rotina - claro, ela disse "estou velha". Detalhe, com uns 60 e tantos você já não coloca mais o "ficando" na frase.

Mas então... pensei muito nisso quando toquei pra uma garotada no Oficina do Estudante da Av. Brasil. Pensei : "Blz... Galera de vestibular... Um pessoal de boa. Vamo então". Como me senti velho! E ria a beça! Eu, Ramirez e Gaúcho - tamo velho! Ninguém (absolutamente ninguém) conhecia Ligth My Fire, do Doors. Mas também não tocamos nada do NX Zero ou do Fresno ou do caralho de merda que anda aparecendo por aí. Depois uma menina pediu sertanejo (santa paciência - deveria tocar algo do Tonico e Tinoco. A molecada nem sabem o que pedem!).

Nunca liguei por me chamarem de moleque. E não to ligando por estar me achando velho. É que... sei lá... tenho até medo de dizer, mas acho que já ando pensando sobre a vida... algo como "é isso?". Tenho certeza que se eu chegar aos 80 não vou estar pensando muito diferente . Não sei se vou ter netos, ou se o fato de ter netos te faz pensar diferente. DUVIDO! No fundo, no meu quarto, sozinho, sem alguns amores, sem alguns amigos (que alguns já devem ter partido) eu simplesmente vou pensar : "Vive é isso?" É nessa hora que a gente deseja a morte, porque a vida já não é mais tão excitante.

Mas afinal: o que é tanta coisa?

O que é a vida, puta merda!
O que é o amor?
Porra, mas o que é o tempo?
O que são essas coisas que me fazem da vida algo cada vez mais sem sentido?

Sentido = sentir. Ah tá. Então se trata disso, sentimento vezes sentimento. Ser um humano é tão complicado.



*protagonista de "O Hobbit" e antagonista de "O Senhor dos Anéis" - se bem que é um tanto foda dizer quem é protagonista e antagonista dessas histórias tão ricas - de John Ronald Ruel Tolkien.

quarta-feira, 28 de outubro de 2009

Lar, coisas e afins...

Mas afinal: o que é lar?
Estive pensando nisso esses dias. Onde realmente eu posso colocar minha bunda, respirar fundo e me sentir bem? Seria um lugar chamado "seu"? Se trata de posse? Realmente, isso seria interessante. Eu não tenho um lugar, digamos assim, meu.
Digamos: porque será de vez em quando eu falo no plural? Talvez porque eu nunca me sinto sozinho... Seria muita pretensão achar que eu sou o dono de todas as minhas idéias.
Voltando...
No inglês a palavra "casa" é dita como "house"; um prédio, uma construção, um objeto grandão. Enquanto a palavra "lar" é dita como "home"; seu canto, seu lugar, sua "garagem".
É no lar onde eu estaciono meu ser. "Vai lá em casa" ou "Vai lá no meu lar tomar um cafezinho..."
Lar é diferente de casa, por isso que ficamos tão confusos. Muitas vezes me senti no meu lar num quarto de hotel (quando estive em Caldas Novas, abrir a porta do quarto e entrar era simplesmente a mesma coisa que entrar na minha casa), ou quando estive em Niterói nas inúmeras vezes - depois de um dia inteiro em praia e bagunça, chegar na kitnet ou na casa da tia Mery era perfeitamente reconhecido como lar.
A gente se acostuma com o lar? É possível... É bem possível. Eu gosto de dizer que Campinas é meu lar, pra dar uma dimensão maior da coisa. A casa dos meus pais? Bah! Lá não é meu, mas eu me sinto no meu lar.
É de se pensar.
Ponto. Parágrafo. Na outra linha.
Nunca vamos nos achar. Nunca vamos parar de procurar. É claro que certas coisas te dão esse conforto na eterna (enquanto viver na Terra) busca pelo sentido das coisas (vida), que é o que entendo como "nos achar". Muitas vezes me achei, poucas me perdi. E quando estive perdido, no momento em que me achei eu amadureci. Faz parte da constância da vida. Um amor, um amigo, um lugar... São coisas que te fazem se achar. Ah, claro, somado a muita paz de espírito (um misto de satisfação pessoal e felicidade elaborada).
É cada vez mais difícil de entender tudo. Eu, você, as pessoas, o mundo. Tente entender um texto complexo (isso sim é uma literatura pretensiosa), onde as palavras são exageradas, cheias de pampas, um texto cheio de regras. É como comer um prato preparado por um chefe fodão lá dos Jardins de São Paulo, onde a preocupação é na imagem e no conceito do rango. Compare esse prato com aquele frango ensopado da mamãe.
A mesma coisa é aquele texto acadêmico do professor - doutor - mestre que vai, vai, e vai e não vai a lugar algum (até vai, mas a minha cabeça é, como eles disseram, limitada) com um texto do Zeza Amaral. 10x0 pro Zeza (grande!).
O "mestre" que me disse que meu lugar não era numa faculdade de jornalismo (mas sim numa de letras -?!) é o mesmo cara que escreveu "ou seja" em um de seus textos publicados num jornal. Pra mim, "ou seja" não existe, a não ser que seu texto não seja técnico (no caso de um blog, por exemplo). "Ou seja" é desculpa pra enrolar linguiça. Porque não disse a informação de uma vez? Logo ele, que fala tanto pra tomarmos cuidado com o "jornalismo literário" -se é que existe distinção das coisas.
Por exemplo: Como é que se fala da morte do Michael Jackson sem ser um pouco literário? Impossível. Vamos lá, LIDE: Michael Jackson morre aos 50 anos em sua mansão nos Estados Unidos por parada cardíaca devido a abuso de sedativos - ontem! (porra...fala sério! Um LIDE não existe virgula) que coisa mais pobre.
Quem sou eu né... Absolutamente ninguém. Fiz 3 anos de jornalismo e acompanhei o TCC da minha namorada até o fim. Não sei nada desse assunto.
Que lugar de pessoas mais metidas a intelectuais - salvo os esportistas. Atenção os jornalistas amigos de plantão - desnecessário dizer que isso não é pra vocês. Na verdade, JORNALISTA mesmo não conheço, e sim a galera que trampa com isso pra viver.
Nunca me senti perdido na Puc. Confesso que me senti perdido em Itu. Lembro-me o meu primeiro dia de aula na CEUNSP. Pensei "Que porra eu to fazendo aqui?". Depois - mais tarde - eu me achei. Aí larguei a faculdade depois de trabalhar alguns dias num restaurante.
Me perdi negando minha música, negando que eu era. Fiquei uns bons oito meses sem tocar. Me perdi pensando que o Lucidas era a coisa mais fantástica que eu tinha.
Me achei quando conheci a Silvia.
Me achei quando conheci o Oito Mãos.
Sempre chamo Campinas de Lar quando volto de viagem, seja do Rio, de Sampa, de Minas... Tenho a impressão de que é porque aqui eu sei onde estou em todos os lugares.
Se perder e se achar é um luxo humano. Infeliz é aquele que ACHA que se achou ou se perdeu. É o tipo de coisa que acontece o tempo todo e você só percebe quando olha para trás, aquele belo passado, passando, passando... O gozado é a tendência que nós temos de sempre olhar para o que passou. Somos feitos do que fizemos? E o que estamos fazendo? Só fará sentido daqui uns 4 anos, quando novamente olharmos para o passado?
Uma boa foto ajuda a lembrar das coisas.
Isso tudo são coisas que masacaram o sentido da vida.
Lar, doce lar!

segunda-feira, 26 de outubro de 2009

Não PODE!

A tristeza da minha vida é saber que coca cola dá pedras nos rins... Quer dizer, eu já sabia que engordava, etc, mas que o negócio é grave e o caralho a quatro é algo novo pra mim. Cada vez mais sou privado das coisas que eu gosto.

Veja bem... A coisa é mais profunda.

O conceito de pecado é aquilo que não podemos fazer (claro, de acordo com o que nos foi ensinado. Não estou aqui fazendo um estudo sobre religião). Cresci ouvindo dizer que jogar na sena é pecado, transar antes do casamento é pecado, embriagar-se é pecado, fumar é pecado. Esses são os pecados que podemos colocar entre aspas. Tudo o que é bom não se pode fazer. Confesso que até hoje eu não entendo a birra da igreja com esses prazeres.

Olá! Muito prazer!

Prazer é uma palavra sem sentido. Só faz sentido quando pensado sobre. Todo ser humano adora sentir prazer. É uma das coisas que existem na vida. Dizem por aí que são prazeres da carne, prazeres da Terra. Me desculpem, mas eu não sou um ser extraterrestre.

Acho mais legal pensar nas consequências.

Eu posso fazer minha fezinha na sena. Mas vou gastar uma grana pelo resto da minha vida se eu abusar disso. (Cá entre nós. A coisa é histórica. Esse cléro maluco que queria repartir essa grana. Ficaram putos com o "não" e inventaram que é pecado... do mesmo jeito que a Maçonaria é do diabo! Ou seja, julgamentos sem fundamentos espirituais. Eita igreja!)

Eu posso fumar meu cigarrinho. Mas se começar a cuspir sangue, é melhor pensar em parar, pois viver com esse tipo de tosse não é nada prazeroso - cigarro é o tipo de prazer equivalente ao antiprazer. Quando o prazer não é mais forte que o mal, aí é hora de rever conceitos.

Nada contra sexo. O sexo é mais do que uma fonte de prazer, e é aí onde mora o perigo. O sexo exige duas pessoas (a não ser a masturbação, mas convenhamos, não é igual... justamente porque você está sozinho) e quando há duas pessoas, há a cumplicidade e sentimentos aflorados, o que podem ou não elevar esse prazer sexual no ato do acasalamento. Quer dizer, acasalar me parece ser uma palavra designada a um casal de amantes (no sentido de amor mesmo) transando (coabitando se encaixa melhor?). Sempre fui contra a igreja pregar certa coisa. Mas no fundo eles estão certos. Só acho que o discurso deve ser mudado. PECADO... Que isso! Falar que sexo é pecado é uma verdadeira blasfêmia. Antes do casamento? Ou seja, esse discurso é pros jovens... Ah tá! Eu já sentia tesão com 13 anos de idade - a idéia é ensinar os jovens a terem responsabilidade. Além de poder trazer complicações (doenças e um filho - entenda-se filho nesse momento como um boleto bancário para se pagar pelo resto da vida) o sexo pode machucar um coração. Por esse motivo é que acho que a igreja não está tão errada, só deveriam rever o discurso. É até melhor do que a Mtv (USEM CAMISINHA!). Poxa... é só usar camisinha? Tá bom...

Ah! Como é bom ficar chapado! A gente desinibe. Fica fodão! Fala tudo pra todo mundo. Fica um puta cara legal. Só que nem preciso falar sobre o abuso da embriagues né... Nunca vou me esquecer daquela dor de cabeça que durou um sábado inteiro. A pior ressaca da minha vida.

Comer é bom demais! Como eu gosto de comer! Comer, comer, comer! Todo mundo sabe disso. Infeliz é aquele que encara a hora do rango como uma mera necessidade para o organismo se energizar. Pára! Quer energia? Enfia o pinto na tomada!
Abusa da comida para você ver. Teu estômago incha. Você simplesmente acha que vai morrer. Não consegue sair do lugar. Fica passando mal. O corpo te fala o tempo todo "seu loco, comeu isso tudo pra que? olha o que eu faço com você..." aí te manda uns peidos bem fedidos, umas ânsias de vômitos, umas caganeiras daquelas... É tão conhecido essa coisa de comer pra caralho que até existe eparema em comprimido.

Tudo posso naquele que me fortalece!

Quem me fortalece? hmmmm.. Pensando em imagem e semelhança, só chego na conclusão de que meu bom senso me fortalece. Eu posso tudo. Só preciso ficar ligado nos abusos.

terça-feira, 20 de outubro de 2009

Perdido em Música 3

"Perdido em Música" é uma frase que roubei do livro de Zeca Camargo - De A-ha a U2, Os Bastidores das Entrevistas no mundo Pop (ou algo do tipo). O livro é bem chato. Mas essa frase é algo legal do livro, em que o autor descreve as viagens dele com música, as descobertas, as perfeitas sintonias com o momento (coisa que música faz sem pudor).

Ando me perdendo. Na verdade acho que nunca me achei. Tem uma canção minha que diz "às vezes eu me perco, às vezes eu me acho; às vezes e às vezes é bem melhor..." rs! Às vezes... tem cada coisa que acontece.

Sou um cara muito inspirado. Me inspiro por qualquer coisa que me deixe antenado, dentro ou fora de contexto. Muitas vezes as pessoas me olham torto quando falo dessas inspirações, das idéias, das vontades. André Leonardo é, talvez, uma das únicas pessoas que levam minhas loucuras muito a sério. Talvez porque ele seja igual. Quer um exemplo? Algumas pessoas não entenderam o nome "Os Blocos de Cimento" para a banda que vai me acompanhar nos meus shows e disseram não gostar. Bah! Tudo bem, mesmo porque não concordo com certos gostos dessas pessoas.

Vivo falando pro Boto: "Ah, pára! Você é fã do U2, num fode!" hehehe... e ele responde "Vai se fuder, U2 é do caralho" (Quanto palavrão. Nada como um bem dito pra expressar a coisa).

Se eu pudesse montar "Os Blocos" do meu jeito, chamaria alguns caras pra tocar comigo. Segue abaixo alguns nomes que eu adoraria ter na minha banda.

BATERIA: Rodrigo Barba
TECLADO: Richard Wright
Baixo: John Deacon
Guitarra: Albert Hammond Jr.

Eu sei... é uma viagem. Mas tudo isso só pra falar sobre inspiração. Essa galera, entre um monte, me inspira. E não sei muito bem o que pensar quando um craque diz ter sido inspirado por mim. Nunca me deparei com isso. Sempre fui inpirado, e nunca inspirador.

"Pessoas amadas, não sei se será o último, mas pelo menos é mais um: criei um blog! Fiquei com inveja do fê e fiz um pra mim também! Brincadeirinha!!! É que o dele é muito bom (falta eu escrever como ele... mas vou tentar escrever apenas como eu mesma!) e me inspirou" - Marilia Gabriela Viana, conhecida como Muza.

Essa moça tem um dom sobrenatural para escrever. Usa palavras inusitadas, momentos românticos sem clichês, e o mais impressionante: quando eu termino de ler um texto dela eu paro e penso "porque não escrevi sobre isso antes?" Esse conceito de "porque não fiz isso antes" é o mesmo que me faz passar mal com um disco, uma música. Por isso o título do post. Estou perdido novamente, em inspirações, em arte, em alma.

Muza, a fodona aqui é você. Quando eu disse que achei seu livro fantástico, é porque ali estava uma coisa fora de parâmetros de ser bom ou ruim; é único. Seus textos são únicos.

Realeza Inventada. Puta nome!

quinta-feira, 8 de outubro de 2009

que venha o vigésimo sétimo ano da minha vida.

Ponha Light My Fire no talo depois de ir pra Saturno...(se é que você me entende), feche os olhos e sinta a energia da causa Jim Morrinson. A coisa fantástica: PÁ! (barulho da caixa quando a música começa) e vem aquele riff sinixxxxtro, inconfundível. Alguns pensam "que merda" e outros comemoram como se fosse um gol da seleção brasileira de futebol (ok, sobre a Argentina já é demais... Nada supera isso...rs) maaasss...

Aquela porra toda. A vida, o som, a loucura. O Crazy Man que você é. Diante de quem? De si mesmo. A gente é louco quando sabe que é louco, e não quando as pessoas falam "você é louco". Loucura não diagnosticada. Alguns viram psicólogos, teólogos, sociólogos, filósofos, matemáticos, médicos, esportistas, músico,profeta, messias... (se forem comentar, falem de outras áreas que obviamente esqueci).

"Dizem que sou loucoooo... Por pensar asssiiimmm!" - Cê tá pensando que o Arnaldo é loki bixo?

... Aí quando entra na parte do solo... Isso sim é abusar da mente. Os caras viajam tanto que você vai junto. Se você for músico, vai achar que está tocando com eles. Se você for apenas um apreciador de música, vai achar que está no ensaio deles, observando... Eles, com os olhos fechados, vibrados... Morrinson mexendo a cabeça levemente de um lado a outro... o batera crescendo cada vez mais.... tudo muito sintonizado *, no compasso. Você acha que eles vão se perder, mas na verdade é você que está se perdendo. Então, do nada, simplesmente do nada, os caras voltam no riff da canção, e você acaba se achando.

É desse jeito que você se apaixona por uma música, por um disco ,por um filme, por uma pessoa. A coisa simplesmente, como costumam falar, "dá liga". Um cara chamado Richard Starkey disse que o grande segredo da banda de rock dele era a tal da "liga", coisa que ele mesmo disse que o ápice disso tudo, na humilde opinião dele, foi registrado na gravação da capa branca. Aí... Tá vendo, mais uma coisa para se apaixonar... Uma história, uma vida, uma lenda.

O mundo inteiro fala disso. Eu me lembro que na época do Colégio Batista um carinha recém chegado de Londrina -PR, havia espalhado pela sala de aula e, mais tarde, pelo colégio todo a seguinte frase: Ultra Tabajara Man -The Dark Side Of The Moon. Depois que fiquei amigo dele, fui perceber que Ultra Tabajara Man era o apelido que ele mesmo havia dado a si - anos mais tarde se fudeu numa entrevista de emprego devido que seu email era, na época,
tabajaraman@qualquercoisa... Mas o que quer dizer essa outra frase aí? Não conhece?! O disco do Pink Floyd!
Anos mais tarde fui ouvir. Aí entendi o porque que ele disse aquele "não conhece" com tanta ênfase. Como eu poderia ter perdido aquela viagem...

Mas tudo bem. Tudo tem seu tempo. As pessoas me desejaram uma coisa em comum em todos os scraps e recados que recebi...SUCESSO!

Um brinde aos 27 anos! Que venha a loucura, que venha o trabalho, que venha genialidade. A caminho da Ilha da Perfeição!

Obrigado. Todos. De coração.

Pompeo.
* na revisão que fiz do post eu percebi que havia escrito sintozinado no lugar de sintonizado. Percebi 3 coisas: 1: que palavra loki que descobri: SINTOZINADO. 2: fique lendo repetidamente SINTONIZADO e SINTOZINADO.. é bizarro!!! 3: acho que to ficando loco.

terça-feira, 6 de outubro de 2009

Hoje é o último dia dos meus 26 anos de idade. Parei para fazer uma reflexão barata de blog de terceira. Se você não tem paciência para uma massageada de ego, vá ao próximo blog ou site de putaria também barato. Pra falar a verdade esse meu blog nada mais é do que um carinho no meu ego.

VINTE E SEIS ANOS... poxa... Tá indo embora. Os segundos passam e dessa forma eu vejo que não tenho o mínimo controle sobre o tempo. Faço um exercício de ficar parado olhando para o nada (que consiste em olhar para qualquer coisa, mas não enxergar absolutamente porra nenhuma). Não acho fácil. Minha mente é uma coisinha que, muitas vezes, me pentelha. Na maioria das vezes durmo bem tarde por causa da mente, que fala comigo, não me deixa dormir.

Aí fica foda fazer o tempo parar.

Hoje eu não fiz nada. Foi um daqueles dias em que tudo foi cancelado. Eu me aprontei cedo para esse dia, o último dos meus 26... Mas nada. Então fui pra casa. Me larguei no sofá e fiquei vendo Discovery Channel. Depois passei a ler a revista Mundo Estranho de outubro. Depois adormeci no sofá, fiquei imóvel e em estado de stand by por uns 40 minutos. Levantei e fui para o piano. Fiz uma canção que chamei de "É a luz que mostra você", ou coisa parecida... Vim buscar minha mãe na loja e estou aqui escrevendo sobre tudo isso (ou quase nada disso).

Esse ano (o meu 26, e não o de 2009) eu fiz algumas coisas...

Fui ao Rio três vezes. Duas no começo do ano (com minha coisa linda) - e conhecemos de fato a cidade do Rio de Janeiro. Ficamos hospedados em um albergue em Copacabana e fomos completamente conquistados pela mágica imunda desse bairro. Conhecemos Arraial do Cabo (hospedados em albergue) e fomos roubados (sim! dois pares de chinelo na areia de uma praia, em pleno Arraial do Cabo) e também ficamos de um modo que não há palavras para descrever as belezas de um oceano bem cuidado. Visitem a Praia do Farol da Ilha e vão entender o que a praia eleita pela marinha como a mais perfeita do Brasil faz com tua alma.

Umas duas semanas depois voltamos para a cidade maravilhosa para ver o Little Joy. Aí no meio do ano voltamos de novo, só que com três amigas no bagageiro.

Esse ano eu vi o Oito Mãos ganhar 4 mil reais no CENA MUSICAL INDEPENDENTE do Estado de SP. Com essa grana, compramos os equipamentos necessários para se gravar um disco descente. Foi a revolução cultural do nosso pequeno mundinho Querubim Uriel. Eu falo pros caras que aquela rua vai ser muito visitada ainda.

Também ganhamos o UNIFEST ROCK.

Esse ano eu escrevi o Esperanto. E mais três canções do que será o meu próximo disco - que já tenho o nome dele, mas não vou falar ainda. André, fica quieto hein!

Com 26 anos eu larguei a tal da gastronomia e resolvi que ia tentar a tal da música mais um pouquinho. Aí fiz uma porrada de planos - um deles ir para a Europa - que cada vez mais vai por água abaixo. Mas a tal da música é uma coisa estranha. Por ela eu fico muuuito puto. Mas com ela, há, jamais! E não quero falar mais sobre isso nesse post.

Vi o Brasil mais uma vez bater a Argentina num jogo de futebol. Porra, acho isso o supra-sumo do "chuuupa!".

Mandei uns "chuuupa"! pra uma galera... rsrsrs... Mas isso só meus amigos viram.

Larguei o cigarro.

Conversei com Deus no fim desse ano, num momento meu e Dele, depois de uns tres anos sem falar com Ele.

Vi vários filmes bostas. Não me lembro de nenhum fodão.

Fiquei sabendo que o Paul vem ao Brasil. (vamo vê).

Fui ao RADIOHEAD!!!

E um monte de outras coisas que cada vez mais vou me esquecendo...

Amanhã é 07 de outubro, dia do compositor.

quinta-feira, 24 de setembro de 2009

Entrevista



O dia estava chuvoso, típico de cidades próxima ao eixo de São Paulo. No dia 07/10/2009, Felippe nos recebeu em sua casa na cidade de Campinas. Com um humor equilibrado em extremos, Felippe respondeu às perguntas baseadas em seus medos, sonhos, fantasias, passado e futuro.

OS BLOCOS - Esperanto é um disco que fala sobre Deus. Você tem alguma raiz religiosa?

Pompeo – Sim. Meus pais meio que me obrigaram a freqüentar a igreja presbiteriana. Mas, como toda boa educação é válida, isso também foi válido pra mim. Mas não em questões esclarecedoras sobre Deus em si. Deus, na religião, é tratado como além de você. É, ao mesmo tempo, um pai bravo e uma mãe que te abraça. E não sai disso. É sempre a mesma questão de pecado, perdão, oração e a vontade de Deus. Coisas como livre arbítrio e trindade nunca foram bem esclarecidas na minha mente. Acho válido para algumas pessoas, mas pra mim deixou de fazer sentido. Mas ao mesmo tempo me fez pensar que existe alguém lá em cima, nem que seja pura e simples energia. Se essa energia me colocou no mundo e me faz ser o que eu sou, então acho que é digna de louvor.

OS BLOCOS – Você tocava no grupo de louvor da igreja não é?

Pompeo - Toquei baixo durante anos. Foi lá que acredito que desenvolvi minha técnica – limitada – da música. E foi lá que desenvolvi meu ouvido. Aquela coisa de ter que tocar um hino que o nego te apresenta vinte minutos antes do culto. Tinha que se virar. A gente se virava. Ás vezes eu pegava na guitarra também... Mas não gostava. Muita gente sempre disse que eu não sabia separar as coisas, a música do espiritual. Pra mim nunca houve diferença, músico que é músico toca com o próprio espírito. Tantas vezes senti a presença de Deus na hora da música nas igrejas, e tantas vezes não senti. Tantas vezes senti Deus num albergue público da cidade, e tantas vezes vi Deus nas árvores, nos animais, no tempo.

Os Blocos – Você fala de um jeito que parece que sente alguma aversão pela igreja.

Pompeo – Muito pelo contrário. Tenho amigos de lá, mas também tenho amigos aqui, no que eles chamam de Mundo. Tenho um lindo passado na igreja, e não sou do tipo que renego o meu passado. A única coisa que me deixa meio bolado é que lá eu fui muito criticado por eu ser eu mesmo, e no “mundo” eu nunca fui criticado por isso. Os meus grandes amigos sempre me apoiaram em minhas viagens, decisões, vontades. E sempre oraram por mim, o que é natural, já que é nisso que eles crêem. Sempre haverá um ritual. Eu tenho os meus, você tem os seus, e assim vai. Só acho que a galera devia se ligar mais e se preparar para o progresso, se não vão perder pessoas brilhantes, como já vi acontecer. Não é preciso estar na igreja para agradecer a Deus, ainda mais quando Deus vira algo na sua mente completamente diferente do que a igreja prega.

Os Blocos – Falando de coisas não resolvidas... E os Lucidas?

Pompeo – O que você acha que tem de não resolvido nisso?

Os Blocos – Muito se falou depois que a banda acabou, que você não olha mais na cara do Túlio (guitarrista fundador), que você odeia o Hally Ho (banda em que o Túlio entrou depois), etc...

Pompeo – As pessoas gostam de falar. Isso é natural. Eu acho isso um barato. Mas quem sabe realmente o que aconteceu sou eu, minha família, minha namorada, o pessoal envolvido na banda, e só. E isso só me diz respeito. Mas o que posso dizer é que houve um mal entendido, tanto da minha parte, quanto da parte dele. Da minha parte posso dizer que o Lucidas , bem no fim da carreira, tomou um rumo que me agradava. Eu queria tocar mais as canções do disco e já ligava o foda-se para as pessoas que não dariam a mínima para isso nos shows. Temos 3 discos gravados: “Abrindo o Caminho”, “Demo #2” e “Até o Fim”. Eu aprendi tudo o que sei no que diz respeito a palco, postura, guitarra e amizade de banda com esses caras. Aprendi o que é uma banda e o que ela pode representar para os envolvidos. Aprendi que ninguém é obrigado a pensar como você numa banda. E aprendi que ter banda pode ser tornar doloroso ou prazeroso, e que tudo depende do quanto você se dedica aquilo. Aprendi que, ao contrário do que dizem por aí, não é a grana que faz de você um artista ímpar. O Lucidas foi A banda que eu tive, participei, fiz barulho, chorei, sorri, sonhei. Quanto a sentimentos com o Túlio, hoje só tenho a agradecer. Tudo o que sei sobre guitarra foi ele que me ensinou. Eu tinha uns 17, 18 anos naquela época. Ele era mais velho. Como disse o Sérgio Dias, éramos o John e o Paul da banda. Ele me ensinou muita coisa, e é um cara que faz parte da minha vida, nem que seja apenas do meu passado.

Os Blocos – Você tem visto o restante da banda?

Pompeo – Meu irmão ainda mora comigo. O Ruga eu vejo bastante. Ramirez quando volta de Juiz de Fora. Carlão é raro, mas quando nos esbarramos ele dá aquele berro dele: “Felipão!”, e espalha para quem estiver com ele que eu sou o vocalista da banda dele. Acho isso lindo, o Carlão, que era técnico de som, falar com orgulho, A banda dele, se incluindo no time. Tem mais que se incluir. Pra quem não sabe, “Até o fim” é uma expressão dele, que sugeri para o nome do disco. Toda vez que íamos para Votuporanga, lá pelas 7 da matina ele aparecia com uma lata de cerveja e berrava “até o fim galera”. Ah, fazem uns 4 ou 5 meses que vi o Capone (Fabio Capone, 1° empresário da banda) conversamos por umas 4 horas tomando cerveja e comendo pizza. É uma galera que adoro encontrar.

Os Blocos – Você mencionou o Sérgio Dias. Todos que andam com você sabem dessa história. O que aprendeu com ele?

Pompeo – Aprendi muita coisa. Realmente, muita coisa. A mais preciosa de todas foi a menção de que os Beatles são os maiores do mundo. Depois dessa informação, minha vida mudou. Mas ainda falando do Sérgio, ele me esclareceu, sem perceber, o que é uma produção musical – bem diferente do que ele fez. Ele simplesmente fez a coisa toda do jeito dele. Com isso, aprendi que um bom produtor ouve a banda que está produzindo com os verdadeiros donos da canção, e que a palavra deles é sempre a final, a não ser que você tenha um argumento muito melhor que o deles, sendo que, se você tiver mais experiência que a banda, seu argumento, na maioria das vezes, prevalece.


Os Blocos – É assim que acontece com a Oito Mãos?

Pompeo – Exato. Mas eles são um caso a parte. São meus amigos, o que dificulta mais a coisa toda. São 4 gênios em ebulição, de opiniões diferentes. Fortíssimas opiniões. Como eu conheço cada um deles muito bem, eu sempre me viro com os melhores argumentos, daqueles que sei que eles não vão reclamar. Rs...

Os Blocos – Em entrevista cedida ao pessoal da imprensa do Unifest Rock 2009, você disse que depois que entrou para a Oito Mãos, sua vida musical só subiu degraus.

Pompeo – Quando o André (guitarra e vocal da 8M) me chamou para trabalhar com eles, eu me senti super importante, coisa que estava precisando sentir naquela época. Foi quando o Lucidas não acreditava mais nas próprias canções. Foi um momento em que bandas autorais começaram a fazer mais sentido para mim. Nessa época que fui ouvir Phonopop, e o André conhecia essa banda. Era fã das coisas que eu adorava e ainda adoro – como Oásis, Los Hermanos e Beatles. O Oito Mãos é uma banda formada de caras que me respeitam, que são abertos a opiniões, que sabem o que querem e que torcem o nariz para coisas óbvias demais. Desse momento em diante, só cresci. Fui introduzido ao pessoal do alternativo de Campinas, descobri que havia uma porrada de banda além do circuito universitário DAKTARI, PAPARAZZI, FESTAS NO CAMPINAS HALL... Foi aí que conheci o Bar do Zé, o Woodstock, lugares em que se você se limitar em ser uma banda cover, é capaz de ser vaiado.

Os Blocos – E o JB e Seus Amigos Sex Symbols?

Pompeo – Ta aí uma banda que tem tudo para dar certo. Originalidade, som forte, humor. Acho fantástico tocar baixo para eles. Aliás, sinto muito orgulho dessas coisas: sou o produtor musical do Oito Mãos e o tecladista deles, e sou o baixista do JB. O Fita (Raphael Castro) é amigo de longas datas. Ele tocava no Lucidas também. Tinha uma canção do Detonautas Rock Clube – “Ainda vou te levar” – em que no meio tinha um rap que eu simplesmente não conseguia cantar. Era o Fita que fazia... Rs... “Eu podia até tentar acreditar nessa ilusão...” Era muito engraçado. Daí um dia ele precisou de mim pra tocar baixo no JB. Vou confessar uma coisa: eu já via um puta potencial nessa banda e queria participar daquilo desde o começo. Quando recebi o convite, cara, fui para pegar o meu lugar. Tirei o disco inteiro dos caras em uma tarde. Foi aí que conheci de fato o Lucas (guitarra e voz) e virei um grande amigo dele. Mais tarde veio a Michele, que é uma batera melhor que muito marmanjo por aí.

Os Blocos – Quem não te conhece acha que você está completamente drogado nos shows do JB.

Pompeo – Não tem nada a ver. Se eu me drogasse, não conseguiria tocar. Estamos falando de drogas né? – se é que você me entende. Aquilo é simplesmente eu me deixando levar pelo som, que acho do caralho. Arranjos fortes, riffs fenomenais, isso me deixa de pau duro. Se eu não acreditar no que estou fazendo, quem vai acreditar? Isso é o que mencionei antes, tocar com a alma, seja no baixo do JB, nos teclados do Oito Mãos, ou em barzinhos, ganhando meu pão, tocando “Fada”.

Os Blocos – É verdade... Você toca “Fada”, do Vitor e Léo...

Pompeo – Vai me dizer que não é um puta som? Essa nova onda sertaneja está fazendo rock and roll e ninguém está percebendo isso. Eles apenas vestem roupas de cow-boy, um chapéu do Indiana Jones, e fazem aquela vocalização cheia de vibratos que os sertanejos pop’s adoram fazer. Sertanejo foda mesmo é aquele de raiz, que se ouve em Alterosa – MG. Esse eu não toco, mas não é porque não gosto ou coisa parecida, mas sim porque eu não sei fazer. Coisas que eu não sei fazer eu apenas admiro.

Os Blocos – E o que você não admira?

Pompeo – Ah... Já nem sei mais. Ando respeitando de tudo. Só não sou obrigado a gostar.

Os Blocos – E do que você não gosta?

Pompeo – De coisa mal feita. Vozes desafinadas faz tempo que não me incomoda mais. Mas poxa, uma banda tocando fora do tempo, uma voz cantando fora do tempo, essas coisas me irritam. Me irrita quando não há o mínimo de cuidado técnico em cima da coisa. Eu sou o primeiro a defender o trabalho do artista, aquela coisa que vem do fundo do ser dele. Mas quando o cara não preza para fazer, pelo menos, bem feito, de modo que o receptor consiga “suportar” aquele momento, aí fica difícil.

Os Blocos – Você assiste aqueles programas de caça talentos, como o Ídolos, por exemplo?

Pompeo – Assisti quando era novidade. Era engraçado ver o pessoal sem noção cantando... E a cara dos jurados. Depois que o Cassim (Carlos Cassim, do Keep The Faith, o Bom Jovi Cover) participou e me falou como era feito, broxei. A produção seleciona pessoas boas e ruins para enfrentar os jurados. O que era novidade passou a ser ridículo. Sou o tipo de pessoa que sente vergonha pelos outros. Se um Sacomani ou um Miranda fala coisas do tipo “você não tem jeito pra coisa” ou “pelo amor de Deus, não achei meu ouvido no lixo” eu mando o cara ir a merda.

Os Blocos – Mas dizem por aí que você se inscreveu no Ídolos.

Pompeo – Eu apenas imprimi uma folha de inscrição, só para ver como era. Achei fácil demais, foi só entrar no site, imprimir um número e ir pra uma fila de 3 dias no Tênis Clube. Larguei o papel em algum lixo no meio da rua.

Os Blocos – Quais outros projetos você está envolvido?

Pompeo – Faço parte do Beatles Drive, que é uma concepção mais roqueira dos Beatles, junto do Fabio Boto (ex Quatro Fatos). Estive gravando um disco em tributo ao Michael Jackson com o Elton Dias (baterista, música free-lance da cidade) mas não sei quando ambos os projetos saem do forno. Tenho, junto do Oito Mãos, um home estúdio, onde gravei o “Esperanto” e o “Vejo Cores nas Coisas”, o novo disco do 8M, ainda em faze de mixagem.

Os Blocos – Podemos esperar mais disco de Felippe Pompeo futuramente?
Pompeo – O futuro não me pertence. Não sei o que vai acontecer daqui pra frente, e nem quero saber. Só quero viver intensamente o presente, lembrando com felicidade do passado. O que depende de mim é a vontade de continuar compondo, escrevendo e tocando. Temos o home estúdio. A resposta é sim, com certeza, virá um disco atrás do outro, enquanto eu estiver vivo.