sexta-feira, 27 de novembro de 2009

Ontem tive uma visão: Os malucos são mais felizes.
Porque não sentem vergonha de nada.
Não se prendem em passado, ou futuro. Apenas vivem.

Sim, eu sou maluco, e dos mais difíceis de conviver. Sou insuportavelmente perfeccionista. Sou insuportavelmente mau humorado. As coisas pra mim têm que ser feitas com atenção. Falta de atenção é um caso clínico que deve ser tratado. Sou à favor da liberdade de maluquices. Cada faz o que lhe é bem vindo.

Puta merda, que governo mais idiota e hipócrita! Calmantes, cigarros, álcool, inas e mais inas em várias fórmulas de medicamentos lícitos (que deveriam ser ilícitos). Eu não entendo como é que uma coisa que vem da terra pode ser proibida. Nunca ouvi falar de gente que morreu de canabis. E o tempo todo eu ouço falar de gente que morreu de câncer no pulmão, ou de acidente de carro (tava muito bêbado) ou de cirrose... Antes que você pense que sou mais um fazendo apologia à maconha, você está muito enganado! Só não vejo sentido nisso tudo. Acho que sou um burro ou um idiota qualquer.

Gosto dos domingos. Eu me sinto patrão. Uma verdadeira lady ao meu lado o dia todo. Nenhum compromisso (só comigo mesmo). Gosto dos meus amigos. Gosto da minha música. Gosto dos meus discos e da minha cachorra. Gosto de Deus. Gosto de Coca Cola e de bolinho de arroz. Gosto de carne e de frango (de tudo quanto é jeito). Gosto de leite condensado. Gosto de colocar nescau no leite condensado. Gosto de mar e de areira. Gosto de chicória (até que se prove ao contrário, é de chicória que to falando, e não de outra coisa, se é que você me entende - e gosto muuuuito! mais do que lasanha). Gosto de ler algo que me surpreenda. Gosto de filmes bem feitos. Gosto de quando o som tá redondo no palco.

Santa sintonia! Santa paciência! Santo dos santos.

Os fins justificam os meios.

Se é pra felicidade geral da nação, diga ao povo que fico!

Ser ou não ser? Eis a questão!

Mas que diabos é um gigawat?

Independência ou morte! Para livrar o Brasil de Portugal!

Vocês vão ter que me engolir!




Uma boa loucura não faz mal pra ninguém. O que faz mal pras pessoas são palavras mal colocadas.

segunda-feira, 23 de novembro de 2009

Uma Narração - PARTE 3

- Cara - disse Getúlio - acho melhor deixar quieto esse negócio de ir até lá...
Maloqueiro olhava para o distante. Parecia completamente fora de si.
- Olha - disse Tião - Vamos juntos... Deixa o Maloqueiro aí. A gente vai devagar, trocando idéia. Pode ser, Maloqueiro?
Maloqueiro nem respondeu. Sentou no chão e ficou olhando as estrelas abaixo dele. Então Tião e Getúlio continuaram a viagem, deixando maloqueiro nos sustentáveis anéis.
De algum modo o universo parecia finito. Getúlio olhava para a grandeza das coisas ao seu redor. Era difícil de acreditar que estava ali, tão distante de casa, tão longe do raciocínio lógico. Parecendo ler os pensamentos de Getúlio, Tião disse:
- Nessas horas a lógica não faz mais sentido, Getúlio. Isso ocorre quando a gente vê e enxerga mais longe. Por mais que digam que isso tudo aqui - Tião apontava para as estrelas, para o universo na sua frente, para as nebulosas - tenha uma lógica de funcionalidade... está me acompanhando no raciocínio?
Getúlio, que estava com os olhos meramente fechados, balançou a cabeça, respondendo:
-Sim, estou te acompanhando. Eu também acho que chega uma hora que a lógica foge do controle. Coisas como instinto, sentimento, amor, tesão, ódio, lógica... É... como é mesmo?
Houve um silêncio... Tião olhava para Getúlio, pasmo.
- Diga de vez o que quer dizer, Getúlio.
- Cara, esqueci o que eu ia dizer...
Risos gerais dos dois. Se recuperaram rapidamente.
-Sabe - disse Tião com um sorriso enorme no rosto - eu acredito que a gente esquece o que ia dizer porque ia falar algo muito tenebroso, muito profundo, muito sério e muito sincero, quase que se como a coisa a ser dita não seria uma frase pensada por você...
- Mas por quem, então?
- Sei lá cara... Vai saber... Mas é o tipo de coisa que, no mínimo, não era para sabermos... Por isso que você esqueceu.
- Tem coisa que não precisa falar nada... Olha só esse planeta!
Saturno era parecido com a Terra, com exceção da parte urbanizada. O planeta era uma floresta de árvores com proporções para gigantes da Disney. Getúlio e Tião não se cansavam de olhar o tamanho das samambaias, dos brócolis e das mangas. Estranhamente eles respiravam. Como não eram físicos nem imaginavam que gás estavam respirando, mas tinham a impressão de ficarem cada vez mais "levez". Foram entrando no planeta. Não sabiam o tamanho do terreno (cerca de zilhares de quilômetros a mais que a Terra). Ao que em certo momento ouviram uma voz.
- Quem está aí?
A voz era como se estivesse amplificada por 54 eventos do Rock in Rio. Tião olhou para Getúlio. Um novo "fudeu" se passou pela cabeça dos dois.
Uma luz se projetou do nada em direção a eles.
- Entrem, vieram em paz. Fiquem à vontade.
-Você é Deus? - arriscou Getúlio.
Uma risada que pareceu trovões ecoou pelos cantos.
- Não... Não sou Deus. Porque pensa assim?
- Porque - disse Getúlio - sua voz é imensa. É só nisso que penso.
- Estou testando um novo equipamento que comprei na intergaláctica - a internet do espaço. Esse equipamento veio da estação Tetra 324, perto de Comandus de Singular.
- Ãn?
- Não se assustem. Isso é só tecnologia. Vocês são da Terra, não são?
- Sim!
- Parecem Bill e Ted.
- Mas e essa luz? - disse Tião.
- Um brinde. Veio com o equipamento. Haverá uma festa aqui em Saturno. Vai tocar uma tal de banda Oito Mãos. Todo o sistema solar está convidado. Mas duvido que venham todos. Esperamos apenas umas 97 trilhões de pessoas. Não é um recorde, mas é uma festa e tanto!
- Você poderia, por favor, parar de falar nesse seu amplificador e desligar essa luz, para que possamos conversar de igual para igual, já que você não é Deus...
Em minutos um homem aparentando ter uns 33 anos apareceu.
- Olá. Sou Claustiminofobol Sagtunarento Dsamiano. Mas podem me chamar de Mauricio.
- Fala cara! Bão? - disse Getúlio.
Todos deram as mãos.
- Mas, me diga... Quando mesmo que vai ser essa festa?
- Daqui 100 anos. Mas receio que não vai dar tempo de contratar as bebidas de Plutão - convenhamos, são as melhores. Dão euforia e não causam ressaca. Teremos que nos contentar com essa planta aqui mesmo - mostrou a samambaia gigante - fazemos um suco dela. É super refrescante.
- Mas causa euforia também? - disse Tião.
- Um pouco. Querem experimentar?
- Acho melhor não. - disse Getúlio - Mas então... 97 trilhões de pessoas? É muita gente? E tem gente lá na Terra que acha que não existe vida além do nosso planeta.
- Isso é normal. Logo a rede Intergaláctica chega lá pra vocês. Tudo depende da tecnologia. Seu planeta está passando por um momento de transição, evolução e reciclagem. Daqui a pouco aparece uma nova geração de cientistas mais ousados e eles vão descobrir tudo aqui e mais pra lá!
- Mas onde estão os outros? - disse Tião.
- Em seus lugares. Em suas casas. Aqui é a minha casa. Como não há guerra entre nossos povos eu não tive medo de vocês. O povo da Terra é inofensivo, e eles não sabem disso. Na verdade a nossa tecnologia é mental. É aí que mora o segredo.
-Todos os planetas são habitados? - disse Tião.
- Menos Marte. Lá não tem nada, nunca teve e nunca vai ter. Aquilo é o maior deserto do Sistema Solar.
- Por isso que a Nasa não acha nada! - disse Tião para Getúlio.
- Onde mais vai ter festa? - disse Getúlio.
- Em Plutão, daqui a 2 mil anos. Lá sim a coisa é foda!
- Poxa... acho que daqui a 2 mil anos estaremos mortos. Não vai dar pra ir. - disse Tião.
- Olha... É assim que vocês pensam. Mas eu adianto uma coisa. Vão poder ir sim. Quando vocês morrerem vão morar em Mercúrio. Aí coisas como tempo e espaço deixam de existir. 2 mil anos é quase 3 dias pra quem não é da Terra. Vocês vão ver! Espero por vocês hein!
- Valew Mauricio - disse Tião, entendendo que era hora de ir embora.
Todos se despediram.
Quando voltaram encontraram Maloqueiro deitado na grama do Campo de São Dicélio. Maloqueiro roncava.
- Acorda Maloqueiro! Vamos pra casa! - disse Tião.
- Puta merda! - disse Getúlio.
- O que foi, cara? - disse Tião.
Ao que Getúlio respondeu:
- Que viagem! Rs...
FIM

segunda-feira, 16 de novembro de 2009

Pessoas estranhas, gente esquisita!

Antes de mais nada, uma curiosidade: este é o post de n° 30! Dizem por aí que todo número que termina com zero deve ser celebrado! Então vamos lá!
Eba!!!!


Pronto.

Bem... "Os Blocos de Cimento" é um blog onde gosto de escrever coisas que me aparecem na mente e que não consigo compartilhar com as pessoas numa conversa comum - talvez pelo fato das pessoas não gostarem das minhas idéias, ou pelo fato de eu expressar melhor certas idéias escrevendo... sei lá!

Mas os comentários de Marília Viana são um caso à parte - digamos assim: um tempero final no blog. Numa dessas, tiro idéias de assuntos para postar. É o caso do post que faço nesse momento.

Hoje vou falar sobre as pessoas que encontramos nos ônibus - são muitas; algumas estranhas, outras esquisitas, outras felizes, outras malucas, outras que nem a gente, outras normais até demais. Andar de ônibus é uma oportunidade de ver a cidade em vários ângulos, ouvir um disco no mp3 fuck, ler alguma coisa (pra quem consegue - eu simplesmente vomito se ler mais de uma página com o carro andando), falar no celular (ás vezes bem alto, ás vezes bem baixo), ser gentil (com os velhinhos) ser cusão (com os cusões), etc.

Foi no ensino médio que esbarrei com muita gente. Quando eu estudava no Batista, pegava busão às 6:50 da matina e retornava às 12 horas e trinta minutos. Em ambos os trajetos conheci gente de todo tipo, e um ou outro até hoje cumprimento e atualizo sobre a vida deles e eles sobre a minha. A pergunta que mais ouço é a seguinte : "E a banda? Como tá?" rsrs... Das pessoas maldosas eu ouço: "Nossa, como você tá gordo" - sim, porque um comentário desses pra mim é sinônimo de maldade (rs).

Eu pegava o 3.02 rumo à prefeitura numa rua atrás da minha casa. Como já dito, lá pelas 6:30 eu já estava bocejando no ponto. Duas coisas todos os dias aconteciam. Uma cadela vira-lata marrom aparecia abanando o rabo pra mim. Em dias bem frio eu sentia muita dó dela. Sempre dava carinho (com muito cuidado para me restringir apenas em fazer cafuné nela na cabeça... Sei lá onde ela se rolava) e ela abaixava a cabecinha, sentava e ficava abanando o rabo. Eu dizia coisas do tipo "Oi coisa bonita! Como vai?" Ela dava moral pra mim por uns 60 segundos e descia a rua. Assim que ela sumia de vista, na contramão (de encontro a mim) vinha uma velhinha de cabelos prateados. Ela usava uma roupa que não sei dizer (roupa de velha, oras bolas) e vinha bem devagar, mancando, persistindo, se recusando a ficar em casa deitada numa cama. Ao passar por mim, ela dizia:

"Bom dia!" e eu respondia "Bom dia, tudo bem com a senhora?" ela falava "Estou ótima. Tenha um bom dia, que Deus te abençoe e te proteja. Deixa eu ir caminhando que eu vou na igreja".

Ela ia numa igreja que não sei o nome (acho que é São Francisco de Assis). Sempre simpática. Recebia um sorriso meu todos os dias, mesmo que eu estivesse puto com qualquer coisa, e quem me conhece sabe que, infelizmente, eu desconto meus problemas nos outros.

Pena... Nunca mais a vi. Acho que foi de vez pro céu. A cadela? Um tempão depois (3 ou 4 anos) voltei a pegar o mesmo ônibus (agora um 3.81) na rua de baixo (ando menos) e passei a me encontrar com uma cadela perfeitamente igual a outra, que faz a mesma coisa, e eu passo a mão na cabecinha dela. Engraçado... Deve ser a filha da outra!

Tinha um cobrador de lotação que me chamava de Pop Star. Explico. Uma vez ele viu um CD dos Lucidas na minha mão. Devia ter alguém do meu lado (um amigo, não lembro...) e estávamos falando da banda, etc. Alguns meses depois abrimos o show do Charlie Brown, e foi espalhado pela cidade o cartaz do show com um dizer interessante: "Abertura do Show: Banda Lucidas". O cara da lotação leu isso e quando me encontrou, confirmou que se tratava da minha banda. Pronto! Sempre que eu subia na lotação dele ele falava : "Olha ai o Pop Star!" E a gente ficava conversando. Ele falava coisas do tipo "Um dia vou ter ver importante e vou ter o prazer de ter te transportado na minha lotação", ao que eu respondia "Se isso acontecer, vou te contratar pra ser meu motorista para viagens longas". Grande homem. Não sei o nome dele. O encontrei uma vez montado numa moto, entrando num condomínio no gramado pra fazer uma entrega. Claro, quando me viu, berrou : "Fala Pop Star!". Espero que esteja bem.

Tinha uma garota. Uma gordinha morena que de início eu achei que ela fosse afim de mim. Mas não, ela cantava. E o interessa dela em mim era por saber que eu também cantava. Eu tinha mania de levar o violão para a escola. E numa dessas a mina me viu com o violão nas costas e puxou assunto. A gente se cruzava todos os dias e falava sobre música, coisa que durou uns 2 anos. Da última vez que a vi, ela estava gravando gingles de candidatos à prefeitura, e eu devia estar entrando no Oito Mãos... Não sei ao certo. Só sei que nunca mais a vi. Espero que esteja bem.

Tinha um carinha que sabia meu nome porque eu disse, mas eu não me lembro o nome dele. Era um nome comum - tipo Ricardo, André, Rodrigo - mas ele não era nada comum. Era um cara especial. Só nunca identifiquei a deficiência dele - Down não era, pois como dizem, os Downs se parecem, e ele tinha a feição comum. Mas era um gênio. Não sei porque, mas fui o único que deu assunto pra ele. Toda vez que eu subia no ônibus (nos momentos de voltando pra casa) ele abria um sorrisão e falava bem alto, como o ônibus lotado: "Fala Felipeeeeeeee". Eu dava um sorrisão. "E aí garoto!". Sentava do lado dele e ficava ouvindo ele falar sobre as coisas dele. Duas coisas ele sempre falava : 1° - que as mãos dele tinha uma cor estranha, e eu tentava, em vão, convencê-lo de que não havia nada de errado com as mãos dele; 2° que estava indo no Shopping (Iguatemi, ponto final do 3.02) tomar uma água de côco. Isso eu nunca averiguei. Também nunca mais o vi. Espero que esteja bem.

Tinha uma outra moça que descia no mesmo ponto que eu. Só que ela não falava boa tarde, oi, porra nenhuma. Eu também não queria nada com ela, só que, sei lá... Uma pessoa que se cruza todos os dias eu costumo dizer "oi". Rs. Essa devia ser brava. Ou eu que tenho essa cara de louco... Nunca mais a vi. Espero que esteja bem.

Hoje tem um cara que tem uma floricultura embaixo da minha casa. Essa floricultura é do lado do ponto. Esse cara vendeu umas flores para um amigo meu dizendo que, com certeza absoluta, flores era meia foda. Rs. Não sei o que aconteceu com as flores, mas esse cara todos os dias eu cumprimento com um breve "oba".

Tem um tiozinho (quase um vô) que conversou comigo sobre cigarros. Dizia ele que não tragava. Mas que não tragava há uns 30 anos. Acho que faz o mesmo mal né. E, de fato, ele não tragava. Ainda o encontro. Tá vivo ainda.

Uma senhora negra perguntou pra mim sobre um ônibus vermelho que passa no ponto. Eu disse que fazia mia hora que eu tava lá e que não havia passado ainda. Ela disse que precisava estar no seu destino às 2:30 (era 12:25). Eu disse: "Nossa, mas onde a senhora vai?". "Lá pra depois da Pucc, quase no Dick". Fiquei interessado e mantive conversa. Disse que demorava mais de uma hora e meia pra chegar em casa. Nunca mais a vi. Espero que esteja bem.

E tem outras figuras que nem dou idéia. Sei lá porque, simplesmente não vou com a cara. E imagino que muita gente não vai com a minha cara também. Principalmente se eu pegar esse ônibus tarde da noite (tipo às 21h) e sentar lá no fundo. As mulheres sempre me olham com uma cara de medo que vou te contar viu...

Nunca contei isso pra ninguém. Pra falar a verdade, nunca tive o porque de contar isso pra pessoas, até ter um Blog.

quarta-feira, 11 de novembro de 2009

Uma Narração (parte 2)

Então Getúlio foi o primeiro , seguido de Tião e Maloqueiro. Chegaram praticamente ao mesmo instante no planeta comprometido. Getúlio olhou para os outros. Parecia concentrado e ao mesmo tempo descontraído - se é que esse tipo de coisa existe.
- Estão fazendo boa viagem? - quis saber Getúlio.
Os outros tiveram um acesso de risadas. Getúlio retribuiu a emoção.
- Bem - disse Getúlio, enxugando uma lágrima - me parece que sim! Então? O que acham?
Tião, o amigo, respondeu.
- Eu acho que você tá ficando maluco.
- Em que sentido?
Maloqueiro só observava, ora olhando para os dois, ora sentindo a gravidade zero, pois por mais que Saturno fosse maior que a Terra, lá a gravidade é zero, de modo que as pessoas levitam levimente, e a sensassão é a de que os pés chegam quase a perder o controle, e a mente manda um sinal, mas a gravidade do planeta não corresponde igual a da Terra - então é simplesmente assim que Maloqueiro se sentia - mas matinha a antenção e os ouvidos diretamente para a conversa de Tião e Getúlio.
- Olha - disse Tião - no sentido de que você já não sabe mais onde está ou não.
- Estranho - observou Getúlio, e assim sucessivamente - onde estamos?
-Ora Getúlio! Olhe em volta!
-Cara... não é Saturno?
-Não!
-É sim!
-Não, não é...
-Mas eu vejo os anéis lá no fundo! E as núvens de carbôno 14 flutuando sobre o horizonte, como se fosse ocorrer uma tempestade de fósseis!
-Que tipo de fóssel?
-Ah... Acho que um de Brontossauro.
-Mas porque não de um T-Rex? Ou de um Raptor?
-Não sei! Só sei que vejo esse Bronto!
-Getúlio...
-Diga Tião!
-Quanto será que custa uma girafa?
-Ué? Mas estamos falando do quê? De girafas ou de dinossauros?
-Eu já nem sei mais sobre o que estamos falando.
Então ocorreu um acesso de risadas. Maloqueiro acompanhou no sentimento. Entre uma lágrima ou outra, disse:
-Tião! Você havia dito que aqui não é Saturno. Eu também acho que estamos em Saturno! Mas, afinal, onde é que estamos?
- Poxa gente! Nós estamos nos Anéis de Saturno. O planeta em si requer muito mais esforço. Mais umas 3 horas de viagem!
-Então fudeu! - disse Getúlio, gerando um novo acesso de alegria coletiva.
Continua... um dia.

terça-feira, 10 de novembro de 2009

Discovery Channel

Se tem uma única coisa que é bem legal no canal pago, essa é a Discovery Channel. O nome do canal já diz tudo. Vou, a seguir, compartilhar com vocês (não sei porque coloco no plural, mas meus leitores devem ser uns 3 ou 4, somando eu) o que vi no último programa.

Ontem passou um programa chamado "Maravilhas Modernas ", onde eles abordaram o assunto de transporte. Em um belo resumo, a melhoria do transporte é a salvação do planeta Terra (ou seria Água?).

A humanidade cresceu muito. Todo mundo tem um carro. Logo no mundo inteiro tem caos de trânsito. Ultimamente eu estou vendo o lado bom do trânsito. Ouço vários discos no meu Mp3 fuck e aproveito para deixar as horas passarem, e o dia voa.

Voltando...

Imagens de engarrafamentos em Londres, Paris, Nova York, São Paulo... Toneladas de monóxido de carbono na atmosfera, consumo incontrolável de petróleo, aquecimento global... Foda!

O programa mostrou que existem cientistas trabalhando em projetos do futuro, que acreditam ser a salvação do mundo e , consequentemente, o futuro imaginado por vários cineastas (Spielberg, por exemplo, em De volta Para o Futuro: parte 2).

A primeira coisa que os caras mostraram foi uma alternativa de metrô. Pequenos viadutos superfuturistas serão levantados nas cidades. Imagine um pequeno trilho de concreto ao lado do Laurão. Nesse trilho, carros que comportam até 2 pessoas. Nesse carro, ar-condicionado, poltronas confortáveis, uma Tv pra relaxar... (pelo o que ue vi, a janela não abre! Ahhhhh!). Nesse trilho os carros são movidos por uma energia tipo imã, de modo que o carro chegue a 150km e você não dirige, não faz nada. Uma viagem daqui de Campinas pra Bauru seria algo bem tranquilo, sem stress...

Com isso a frota de carros já reduz pela metade.

Depois os caras mostraram um carrinho pra uma pessoa apenas movido a nitrogênio - o elemento de maior abundância no nosso planeta.

Em Paris já colocaram as bicicletas pra funcionar. O governo (claro, de primeiríssimo mundo) disponibilizou 20 mil bicicletas na cidade. Todas - absolutamente TODAS - monitoradas, de modo que a empresa que toma conta disso sabe exatamente onde se encontram cada uma das suas 20 mil magrelas. O que acontece? O parisiense pega essa bike em um terminal de bikes e vai até o seu destino, onde tem outro terminal de bike. Um detalhe foda: as magrelas são de graça nos primeiros 30 minutos. Se eu tiver que ir da minha loja até a Norte-Sul e voltar, eu usaria uma dessas. Mas ainda não acabou: cada bike gera cerca de 20 watts de potência em meia hora de pedalada. Isso é armazenado. No fim do dia, 20 mil watts de potência são armazenados e usados na iluminação da cidade. INCRÍVEL! Além do mais, as pessoas ficam mais saudáveis, as ruas ficam mais limpas; e um dado interessante: as pessoas ficam mais alegres, menos estressadas, pois não tem engarrafamento.

Ah... Vai fazer uma viagem de 400km? Estão trabalhando no carro voador. Isso mesmo! Com asas e tudo o mais. O carro voador vai ser guiado automaticamente por computadores e você não vai precisar tirar diploma de piloto de boing.

Outra coisa: No futuro teremos informações em tempo real. Tipo: você levanta da cama, toma seu café, mija, toma banho... E agora? Vai como pro trabalho? De carro, metrô, carro-metrô, bicicleta? No espelho do seu banheiro estarão as informações do modo mais rápido, limpo e seguro de chegar ao seu destino - tudo full time. Mas como isso é possível?

É aí que entra o grande foda de todos os tempos!

GOOGLE meu amigo!

A Google inventou um novo tipo de mapa. Não é mais papel. Eles refizeram esse conceito. E você já pode ver como isso está funcionando no Google Earth. Só que não para por aí. A grande idéia do Google é colocar o MUNDO todo na tela do seu PC. Você não vai mais precisar ir até Nova York pra conhecer o lugar. Do seu PC, você clica na Times Squere e vai estar lá, em fotos de alta resolução, em 3D, 360°, pra você ver tudo do jeito que você quiser. Impressionante? Calma... Não acabou...
A Google está fotografando o mundo. Eles tem um grande número de carros equipados com câmeras de última geração fotografando o 4 cantos do planeta. Esse é o projeto desses caras. A Google é a empresa do futuro. Você vai poder, de fato, conhecer a Terra.

Mas, incrível, não para por aí. Mais pra frente, quando todo o planeta estiver fotografado, a Google vai colocar os carros na rua novamente e fotografar tudo. Segundo eles: - O mundo muda o tempo todo. Eles tem razão... Aí sim, em uma parceira com o mesmo satélite que fotografou tudo e colocou a tua casa no Google Earth, eles irão fazer desse mesmo software uma ferramenta para se ver a Terra em tempo real - as pessoas indo e vindo, os carros, os mares, o fundo do mar em Madagascar, a pelada de futebol em Copacabana, o garimpo em Minas Gerais, o churras na Argentina, a barraquinha de cachorro quente no EUA, o caralho a quatro.

FUTURO!!!!!

Ah... pra terminar. Nos intervalos da Discovery rola um cara fodão falando de um modo simples sobre ciência. Ontem ele falou sobre seres de outros planetas. Primeiro ele conceituou inteligência, dizendo que se entende por inteligência o ser que tem consciência de si, que tem conhecimento do tempo e que sabe do fim de sua existência (morte). Disse um outro conceito também - a inteligência coletiva (abelhas, formigas). Depois ele falou que desde o início dos tempos o homem olha para o céu e indaga sobre a existência de seres extraterrestres. Ora, se a civilização da Terra tem apenas 14 bilhões de anos, e que a ciência moderna é bem novinha - 400 anos - a probabilidade de seres extraterrestres terem uma ciência de 20 trilhões de anos é bem óbvia, e que se eles conseguem se tele-trasportar e viajar na velocidade da luz, isso quer dizer que suas tecnologias seriam mágicas para nós. Sendo assim, nós enxergamos os ET's como retrato de Deuses ou Demônios - o que, segundo a frase do cara, não deixa ser um retrato de nós mesmos, de um jeito ou de outro.

Massa, né?

segunda-feira, 9 de novembro de 2009

Uma Narração. (1ª parte)

Getúlio - um garoto de vinte e poucos anos (quase trinta) - teve uma grande idéia!

- Vou até Saturno.

A primeira coisa que fez foi recrutar sua tripulação. Ligou pro Tião.

- Tião, vamos dominar o mundo?
- Mas que horas você quer fazer isso, Getúlio?
- De noite, quando todos dormem.
- Ok. É um belo plano. Onde vamos?
- No Campo de São Dicélio.

A segunda coisa que fez foi arrumar condução pra Saturno. Ligou pro Maloqueiro.

- Fala Maloqueiro.
- Fala!
- Tá com os tickets?
- Pra onde?
- Saturno.
- Deu sorte. Sobraram duas passagens.
- Vou querer as duas.
- Onde te encontro então, Getúlio?
- No Campo de São Dicélio.

A terceira coisa que fez (quase na hora da partida) foi comprar suprimentos para a viagem, que deveria ser longa - quase a noite inteira. Passou em um aloja de conveniência.

- Boa noite.
- Mais alguma coisa, senhor?
-Sim... Essa paçoca também... Ah, e essa queijadinha.

Suprido de dois pacotes de Ruffles e uma garrafa de dois litros de coca-cola, Getúlio foi se encontrar com seus comparsas no vasto Campo de São Dicélio.

O primeiro a chegar foi Tião.

- E aí, Getúlio? Bão?
- Bão... E você?
- Bão também...
- Cadê a nave espacial?
- Tá chegando...

Conversavam sobre qualquer coisa quando chegou o Maloqueiro.
- Fala! Duas passagens, isso?
- Isso! Muito bem Mala! Vai ficar por aí?
- Poxa... Acho que vou com vocês...
- Então vamos!

(continua... um dia).

terça-feira, 3 de novembro de 2009

Mais uma vez: O Passado!

Simplesmente o tempo me persegue (ou eu que o persigo?!), assim como o ar, a lua, o sol... São coisas que simplesmente existem. Só que ultimamente eu ando esbarrando demais com as coisas que já vivi. Logo eu, que sempre digo que não me fixo em esquemas temporais.

Não faz nem um mês que eu fiz 27 anos e já me sinto velho. A gente fica velho quando percebe que você já não é mais uma geração do futuro; ou quando você se força a perceber que certos valores foram jogados por tempo a baixo; ou mesmo quando você olha para uma pessoa de 18 anos e vê como ele é novo, cheio de espinhas na cara, pele de leite, olhos cheios de dúvidas e medos e desesperos e um monte de coisa - aí você se lembra de quando você tinha 18 anos e se achava um puta adulto.

Cada ano que passa eu me sinto um idiota por ter me achado um adulto no ano passado (ficou confusa essa frase? Espero que não).

Tem uma frase do querido Bilbo Bolseiro* num momento de reflexão diante do grande mago Gandalf, o cinzento, em que Bilbo diz o seguinte : "Estou velho meu amigo Gandalf... Preciso de férias, sair por aí, para uma nova aventura! Me sinto esticado, como manteiga esparramada no pão do café da manhã". Esticado nada mais é do que vivido.

Hoje uma senhora apareceu aqui na loja (uma daquelas clientes que chega só pra trocar idéia com minha mãe e acaba levando um lustra móveis) se queixando de que queria vender a sua casa simplesmente para comprar outra, em outro lugar, em outra cidade, para simplesmente mudar de rotina - claro, ela disse "estou velha". Detalhe, com uns 60 e tantos você já não coloca mais o "ficando" na frase.

Mas então... pensei muito nisso quando toquei pra uma garotada no Oficina do Estudante da Av. Brasil. Pensei : "Blz... Galera de vestibular... Um pessoal de boa. Vamo então". Como me senti velho! E ria a beça! Eu, Ramirez e Gaúcho - tamo velho! Ninguém (absolutamente ninguém) conhecia Ligth My Fire, do Doors. Mas também não tocamos nada do NX Zero ou do Fresno ou do caralho de merda que anda aparecendo por aí. Depois uma menina pediu sertanejo (santa paciência - deveria tocar algo do Tonico e Tinoco. A molecada nem sabem o que pedem!).

Nunca liguei por me chamarem de moleque. E não to ligando por estar me achando velho. É que... sei lá... tenho até medo de dizer, mas acho que já ando pensando sobre a vida... algo como "é isso?". Tenho certeza que se eu chegar aos 80 não vou estar pensando muito diferente . Não sei se vou ter netos, ou se o fato de ter netos te faz pensar diferente. DUVIDO! No fundo, no meu quarto, sozinho, sem alguns amores, sem alguns amigos (que alguns já devem ter partido) eu simplesmente vou pensar : "Vive é isso?" É nessa hora que a gente deseja a morte, porque a vida já não é mais tão excitante.

Mas afinal: o que é tanta coisa?

O que é a vida, puta merda!
O que é o amor?
Porra, mas o que é o tempo?
O que são essas coisas que me fazem da vida algo cada vez mais sem sentido?

Sentido = sentir. Ah tá. Então se trata disso, sentimento vezes sentimento. Ser um humano é tão complicado.



*protagonista de "O Hobbit" e antagonista de "O Senhor dos Anéis" - se bem que é um tanto foda dizer quem é protagonista e antagonista dessas histórias tão ricas - de John Ronald Ruel Tolkien.