quinta-feira, 31 de dezembro de 2009

Querido Diário

Hoje eu acordei com a minha namorada se arrumando para ir trabalhar. Ela entrou às 10 h da manhã. Tadinha... Eu? Eu trabalhei ontem à noite até às zero horas. Comemos pizza e fomos dormir.

Voltando.

Ela foi trabalhar e eu fiquei dormindo até às 13h. Estou meio idiota do sono ainda, mas estou funcionando. É nesse momento - 13:23h - que escrevo para ti. Daqui pra frente é agenda.

Estamos planejando ir almoçar no Kempay - um restaurante chinês fodão que tem aqui em Itatiba City - depois voltar pra casa e esperar o Ramirez ligar. Se ele vier, iremos buscá-lo na rodoviária pra passar o Ano Novo na casa da Tati.

A Tati vai fazer uma festa. Quer dizer, qualquer pessoa que se junta numa mesa para ceiar no Ano Novo já é uma verdadeira festa. Vamos ter que levar alguma coisa, mas estamos esperando a Tati ligar para nos dizer o que levar.

Tive a impressão de que eu ia acordar com dor de cabeça, mas eu bebi tão pouco ontem. Só uns 5 chopes. Lá no Clube do Churrasco o pessoal me trata super bem. Tenho tanta moral que , quando aparece um idiota pedindo Raul eu olho pro cara e falo pra ele ir pentelhar o músico do bar mais próximo - claro, não no microfone. Eu tenho mania de falar verdadeiros absurdos no microfone. Será que sou uma pessoa polêmica?

Esse ano foi bem produtivo. Posso até dizer que foi um ano especial. Aconteceram poucas coisas, mas foram coisas muito significantes, e acredito que te falei tudo isso no decorrer dessa confissão não tão diária que é esse blog.

Tem um casal que vai sempre no Clube do Churrasco. O Seu Luiz estava lá ontem, com sua adoravel esposa e seus dois filhos - a moça que não sei nome e o garoto que chamo de JB. Segue o bilhete que me mandaram.

" Cara, que você continue sempre em nossas vidas nos dando uma das coisas mais valiosas e que nos deixam felizes: a boa música! Tudo de bom em seu caminho sempre, acredite nos seus sonhos e nunca duvide deles, nem desista, eles são preciosos! Parabéns pelo seu trabalho, pelo amor que tem por ele e pela imensa capacidade de transmitir esse amor à nós. Obrigado por esse sopro de esperança à boa música. Seja Feliz. Família Serrano, 30/12/2009".

Lendo esse bilhete eu me deparo com uma situação um tanto peculiar. O que será que quer dizer acreditar nos próprios sonhos, quando eles sempre me pareceram tão distantes? Não comecei a sonhar com essa vida ontem, nem anteontem. Tenho 27 anos e pareço uma criança quando falo sobre esse sonho. Até quando ele vai durar?

Não sei. Mas enquanto durar, vai ser sincero. O meu objetivo está sendo traçado. Estamos plantando. Esse velho ditado clichêrizado - um dia eu colho? Vou te dizer uma coisa, querido diário... Um bilhete desses, quando não se espera, já é um fruto colhido.

Em 2010 eu espero tanta coisa, mas tanta coisa! Mas, eu te digo, com muita certeza - a maior esperança para 2010 é a vinda do meu rei, Paul McCartney. Eu sei, do fundo do meu coração, que se ele vier e eu estiver ali, separado apenas por umas grades, ele nunca saberá quem eu sou. Mas eu sei que esse cara me livrou do caminho sem graça da música sem conteúdo e me resgatou, junto dos igualmentes perfeitos George Harrison, John Lennon e Ringo Star, assim como eles fizeram com o mundo. Estou preparado para me entregar ao louvor da arte histórica, onde algumas mil pessoas serão uma só, e eu vou me ver gigante, no meio dessas tantas mil pessoas, pois seremos um só, celebrando a alegria de estar vivo vendo na nossa frente uma das pessoas mais importantes da nossa história.

Mas isso tudo é futuro. O Futuro, como eu sempre digo, é agenda.

Feliz 2010.

Felippe Pompeo.

segunda-feira, 28 de dezembro de 2009

fim de ano

Natal virou clichê.

Cada vez mais.

Rango pra caralho, pedidos de perdões, rua completamente vazia, pauta nos tele-jornais sobre o que fazer com as sobras da ceia, resto da ceia no almoço do dia 25, ressaca das mais cruéis (ainda bem que rolou um engov).

Não ganho mais presentes e tenho certeza que da última vez que escrevi em algum post sobre o Natal, eu disse as mesmas coisas.

Passa na TV uns quatro tipos de filme sobre Jesus Cristo. O Fantástico sempre fala sobre o Papai Noel. Esse ano passou "A Noviça Rebelde"? Comi umas oito unidades de rabanada. Tem panetone, chocotone, chocolate quente, gordura vegetal hidrogenada.

Pra não falar que não ganhei nada, a Silvia me deu um DVD filme dos Beach Boys. Curti muito.

Choveu. Fez Calor. Dezembro. Eu queria estar no Rio, tomando cerveja e caindo no mar adoidado. Será que vou ser patrão um dia?

Sei lá. Fim de ano tem essa coisa no ar, descanso merecido. Ninguém te chama de vagabundo por querer ficar sem fazer nada. Guerreiro é aquele que abre o estabelecimento até as 21h.

Vamos lá... Rumo à nova década. Sinto que vem coisa por aí...

Feliz Natal e um 2010 repleto de trabalho pra todos nós.

segunda-feira, 14 de dezembro de 2009

CARNE MORTA

A vida é recheada de momentos. Tantas coisas conceituam essa tal vida. Mas eu ainda acho que a nossa existência (claro, estou falando da existência individual, e não da humanidade como um todo) se resume em momentos.

Tem canções que resumem bem essas idéias. É o caso de Dead Meat, de Sean Lennon - o filho de um dos roqueiros mais brilhantes que esse mundo já teve. Tem uma frase nessa canção que diz "Você tem aquilo que merece". E a música tem um clima recheado de melancolia pura. Pensei assim: "Será que essa coisa de ser bom tem a ver com hereditariedade? Como uma doença, por exemplo?".

Mas antes de falar nisso, quero só lembrar a frase do merecimento. É fácil pensar que merecemos aquilo que nos deixa feliz. Um carro, uma casa, um aluguel pago. Mas e aquilo que não desejamos? Uma perda, um roubo, uma decepção... Aquela frase irritante que predominou as patricias em cerca de dois anos atrás - NINGUÉM MERECE! É uma frase carregada de verdades, só que dita de um modo bem grotesco.

Essa doença de ser bom. Risos. Que coisa! Sean entenderiam muito bem o que eu quero dizer. Ser filho de John Lennon deve ser algo muito intenso. Ser bom, nesse momento, é algo quase doentio. É muita cobrança. O garoto toca quase tudo do pai (inclusive Julia, do Álbum Branco, canção escrita por John para o filho Julian, fruto do 1° casamento do músico) e me vem com uma canção muito inspirada. Dead Meat, fantástica.

A canção que o PAI fez para o filho Sean foi Beautiful Boy - essa que fez Paul McCartney engolir um ataque de choro.

Será que deu tempo do Sean se despedir do pai?

Eu volto aos momentos da vida. Perder uma pessoa deve ser um misto de agonia simultânea (daquelas que a dor parece ser física mesmo, e que você deve querer enterrar as mãos no peito e arrancar esse sofrimento) e crescimento espiritual, pois como dizem por aí - tudo tem um propósito.

Mas deve ser muito trágico perder alguém e não se despedir. Um acidente, por exemplo. Fica a dica de um filme que mostra um momento assim - Amor Além da Vida. Não gosto de falar dessas coisas, mas isso me veio à mente.

Todos os dias a gente tem que perceber que a vida são momentos. São os momentos que nos fazem pensar, refletir e somar as coisas que realmente importam. Ai de mim!

SEAN e o irmão JULIAN

http://www.youtube.com/watch?v=mw8fsu32vAE - a URL da canção DEAD MEAT, se te interessa.

quarta-feira, 9 de dezembro de 2009

O Visitante

Recebemos uma visita inusitada no ônibus hoje. E foi no momento em que me levantei para "puxar" a campainha. Entrou um besouro pesadão, daqueles que faz barulho pra voar e que parece que vai cair no chão o tempo todo. O bicho parecia que estava bêbado. Eu olhei para o inseto. Não curto. Mas pensei:

"Pô, se eu dar uma de cusão vai ficar feio pra mim"...

E esperei pra ver no que ia dar. Então o besouro deu um rasante da poupa do busão à proa. Quatro mulheres berraram um ilariadasso "aaaaaaaaaiiiii". Aí o besouro fez uma curva, passou bem de frente dos meus olhos e deu um rasante pra cima de 2 caras que estavam sentados, que fizeram uma cara de medo que só eles... Foi um pra cada lado, como se uma mulher horrorosa estivesse pulando em cima deles. Depois o besouro foi pro lado do motorista, que havia ouvido o "aaaaaaaaaai" das minas e não entendia nada. Quando ele viu o bicho, também deu um breve pulo. Isso tudo foi em menos de 40 segundos, então o bicho percebeu que ali teria sua vida sacrificada e pulou pra fora por uma janela aberta!!!

Isso foi genial! Desci rindo muito e escrevo esse post rindo muito.


segunda-feira, 7 de dezembro de 2009

No fim a gente ri.

Tem coisa que entra pra história. Beatles, Hitler, Títulos do brasileirão (parabéns Flamengo)... E coisas que entram pra história da nossa vida, mesmo que for algo para se lembrar depois de anos, bem velhinho. Tem coisas que sempre lembro, mijando de rir, com o Ruga. Sempre conto e tudo quanto é oportunidade. Resumo aqui.

Quando, por exemplo, indo para Belo Horizonte de busão fretado com a banda e o próprio Ruga foi mijar e a porta do banheiro abriu com ele segurando o próprio bilau. Ou mesmo quando fomos para essa mesma cidade em uma van e o pneu estourou e mais tarde a correia dentada quebrou - fato que fez meu pai, o nosso monitor (tinha que ter um adulto presente) falar que nunca subiria num avião conosco.

Já passei por cada coisa. Uma vez eu tinha um amigo chamado Juan - mas na escola era apelidado de monstro - e precisei ligar pra ele. - Alô, o Juan, por favor. - Tá falando com ele. - É o Pompeo. -Que Pompeo? - Ora, vai se fuder! Toma no cú! O Pompeo! - Ah, você acha que tá falando com o Juan filho... sou o pai dele.

Pois bem.; Sábado rolou outra que, como eu disse pro Gaúcho antes de rolar, "essa vai entrar pra história".

O maluco do Gaúcho fechou um show nosso pra um bando de velhinhos de 60 e poucos pra cima. Achávamos que tocaríamos no jantar. Te explico - o esquema rolou no Hotel Premium, lá numa das saídas (ou entradas) da cidade. Quando a gente toca nesse hotel, geralmente é em jantar, e o nosso repertório dá conta de sobra. Só que ninguém falou pro Gaúcho que íamos tocar depois da janta. Quando ele me ligou dizendo que ia ser às 22h, pensei o meu clássico fudeu.

Ninguém avisou para nós que os velhinhos queriam dançar.

Chegamos. Montamos o som. Passamos e as pessoas já começaram a olhar estranho. Os velhinhos foram chegando e atá apagaram as luzes e tal. O Gaúcho diz que o momento ápice do desentendimento comunicativo foi quando eu entoei a canção "Meu Mundo e nada Mais" do Guilherme Arantes, para um bando de velhos e velhas sedentos para dançar ao som de forró, bolero e bossa nova.

Todo mundo olhava estranho para nós. E eu olhava estranho para eles. O contratante ia de um lado para outro, não entendendo nada.

Até que chegaram 3 e chamaram o Gaúcho.

- Larga seu amigo aí e venha até nós. Queremos conversar.

O Gaúcho sumiu e me largou. Pensei em parar e ver o que estava rolando. Mas nem isso dava pra fazer porque, pra ajudar, não havia equipamento eletrônico de som, de modo que ia ficar um silêncio sinistro se eu parasse de tocar. Pensei e achei melhor conversar com os 14 que haviam sobrado no local (de um total de uns 100).

- Poxa gente, ninguém nos disse que vocês queriam dançar. Esse é o nosso repertório. A gente pensou que ia tocar no jantar de vocês, e não numa confraternização. De qualquer modo eu agradeço aos poucos que ficaram até agora. Não sei o que está rolando lá com o Gaúcho, mas vou continuar fazendo o meu trabalho ok? Pois estou sendo pago pra isso.

Eles bateram palmas. Fizemos as pazes. Toquei Flor de Liz - Djavan - e Emoções - do Robertão - música essa em que uns 3 pares, finalmente, dançaram! Foi nesse momento em que o Gaúcho voltou dizendo uma porção de coisas que não entendi porra nenhuma.

Mais tarde fui entender que eles estavam pedindo pro Gaúcho desculpas, que havia rolado uma falha na comunicação (velho é foda... sabe reconhecer os erros) e que, pra salvar o resto da noite - cerca de 40 minutos pra uma da manhã - se um de nós não tinha qualquer coisa pra tocar um forró pra eles. Eu cai na risada. Gaúcho ria que nem louco. Tocamos mais 2 canções e nos despedimos.

Eles chegaram no acordo de que pagar os músicos e acabar com a noite seria o melhor para todos nós. Palavras do contratante:

- Vocês são muito bons! Mas não são o que queríamos.

Eu, claro, tenho que culpar alguém, culpei a idiota da mulher do hotel, no qual a função dela foi dar o nosso telefone ao cliente que fez a festa no hotel. A burra não soube trabalhar direito e ver esse tipo de detalhe. O que mais me dá raiva é que a idiota sabe o que a gente toca.

Mas, no fim, ri muito.

quinta-feira, 3 de dezembro de 2009

CHINGO com CH.

Ando pensando muito nos meus erros. Mas quando sei que tenho razão, não arredo o pé. Sei que sou uma pessoa difícil, mas oras bolas! Ando me policiando, e é essa mesmo a palavra a ser usada. Sou policiado por mim mesmo, pra deixar de ser eu mesmo o tempo todo, porque as pessoas se incomodam comigo - e dizem que são meus amigos. Vai entender! Imagina quem não é meu amigo!

Acho que é por isso que a gente é verdadeiro com aqueles que julgamos ser amigos.

Que vontade de chingar. Chingar muita gente. Pois bem! Que desabafo.

VAI TOMAR NO MEIO DO SEU CÚ! SEU FILHO DA PUTA! CRETINO! CANALHA! SEU MERDA!

Pronto. Chiguei. Não é pra você nem pra mim nem pra ninguém. É vontade de chingar diante de tanta coisa sem noção que me rodeia.

É nego que joga lixo no meio da rua. É gente que varre calçada com água. É bar que acha que é meu patrão. É bêbado pedindo "toca Raúl". É caixa do Tenda Atacadão me tratando como tudo - menos um cliente. É trabalhar pra caralho e não ver um lucro sequer. É esses caras do poder que insistem em dizer que são inocentes. É tanta coisa.

Sinto um sono forte. Nesse momento é foda até pra atender cliente por telefone. A pessoa fala uma coisa e eu entendo outra. Meus olhos começam a cair num movimento involuntário. Sinto uma leve pressão na cabeça, quase como se fosse uma dor. Tem sono que dói. Quando me jogo na cama é a coisa mais relaxante e prazerosa. No momento é o que mais preciso. Melhor que sexo. Mas como sou homem macho tchê não recuso uma boa malhada com minha gata. Mas tem dia que deixo pra depois... Rs. Sim! Já neguei fogo! Duas coisas me fazem negar fogo: se estou bêbado demais ou se estou com sono de mais. Foda!

Tem gente que reclama de barriga cheia. A minha viver querendo ser saciada. Eu sei que você pensou em comida, mas continuo na analogia. Sempre quero mais. Sempre quero ser o melhor. Me contento com as coisas que tenho. Mas sempre quero algo melhor. Acho que vou ser assim pra sempre. Esse é o problema dos ricos.

Será que vou ser rico? Fico pensando como eu seria se eu fosse rico. E não me venha com esse papo de rico de saúde... Isso já sou até demais.

Quero sim ter uma grana. Vamos ver. Tem que trabalhar pra merecer. Nesse mundo existem 4 formas de ficar podre de rico: trabalhando - ganhando na sena - herdando de alguém - roubando. Me encaixo no trabalho, como a grande maioria das pessoas.

Ah que foda!