quinta-feira, 27 de janeiro de 2011

ESPERANTO - Felippe Pompeo


Felippe Pompeo é polêmico até quando não quer. Tem o costume de dissertar sobre coisas que fogem de seu conhecimento, mas que ele, no fundo, acredita ter alguma coerência. "Esperanto", seu disco de estréia, gravado independente, foi lançado no site do Rock n' Beats (http://www.rocknbeats.com/), há cerca de 20 dias e já gerou intrigas entre os apreciadores e especialistas em línguas. Um disco recheado de mensagens simples, arranjos um tanto reconhecidos pelos fãs de Beatles, com pitadas de rock and roll, soul e até música instrumental, que é o caso de Prelúdio, faixa que abre o álbum. "Nunca imaginei que o nome do disco ia dar tanto assunto". Felippe nos recebeu na casa de seus pais após prender o Pit Bull fêmea que atende pelo nome de Madalena. "Pra você ter uma idéia, eu entendo o meu cachorro sem falar a língua dele, se é que existe uma língua para a comunicação desses animais. Se existe, ninguém sabe falar". A casa de Felippe é um amontoado de amplificadores, bateria, guitarras, violões, P.A's (caixas de som usado em eventos) um piano de armário e inúmeros artigos de colecionadores referente aos Beatles, desde quadros e placas até o box remasterizado lançado recentemente com todos os discos da banda mais famosa do mundo, coisa que Felippe deixa exposto na sala de estar todo orgulhoso. Vestindo uma camiseta velha do "Let it Be" e uma bermuda manchada de água sanitária, Felippe respondeu algumas perguntas enquanto bebericava um copo de Jack Daniels e Coca-Cola com bastante gelo.




Os Blocos de Cimento: Como é para um artista ver sua obra ser lançada e ter uma repercussão um tanto contrária do que foi planejado?

Felippe Pompeo: Com dono da obra, acho uma tristeza. Como artista, acho válido. De um modo ou de outro, o disco não passou despercebido. Acho que eu teria a mesma reação se algum idiota falasse alguma cagada sobre algo que eu teria muito mais conhecimento, como muitas vezes já aconteceu comigo. O que acontece é que, no geral, as pessoas são muito maldosas. Faz parte do processo. John Lennon é o maior e recebeu o ódio do mundo na sua amada Yoko. Se ele estava pronto pra isso? Duvido que sim. Eu não fazia idéia de que o nome do meu disco daria tanta intriga. Tive a idéia de dar esse nome numa aula de etiqueta na faculdade de gastronomia. A professora, que tinha muita propriedade em suas falas, citou o Esperanto como uma língua que havia sido fracassada em sua proposta e tudo mais. Achei o nome da língua fantástico. Eu estava procurando um nome bom para um disco que fala sobre Deus. Como eu teria esse nome? Chamaria de Jeová? Alá? Oxalá? Ou sei lá... A coisa toda eu amarrei. Você não precisa se dar ao trabalho de ouvir o disco para sacar isso, eu digo: O disco fala que Deus é a soberania do universo, que o amor, que é a pregação mor de Jesus Cristo, é a cura e a saída para todos os males, isso inclui perdão e compaixão, bom senso e humildade. Eu já tive experiências de me comunicar com um sueco sem entender absolutamente nada do que ele falava, e ele me entendia, apenas com olhares e gestos. É disso que estou falando, a língua não é a coisa mais importante para a mensagem ser completa. É uma pena que as pessoas não entendam isso, e, sinceramente, acho isso uma burrice.

OS Blocos: Burrice?

Pompeo: Cara... É foda, sabe... Vai xingar o Restart porque? O Fresno, essa galera toda... Tudo tem um propósito. Posso não gostar de alguma coisa ou outra, mas todo mundo faz a sua parte. Esse pessoal que sabe tudo de línguas deveria entender o que é ser artista. Achei curioso um cara que escreveu que iria tomar cogumelos para entender um artista. Ele deve ser fã de Paulo Coelho, ou deve curtir coisas como Zorra Total. Deve ser uma pessoa careta. Eu não sou careta. Muito pelo contrário. Sou um adorador de idéias novas e gosto das que geram polêmicas, porque te põe pra pensar, pra raciocinar. Gosto de um bom debate. Adoraria que essas pessoas me encontrassem um dia e falassem na minha cara o que tem pra falar, se é que eu as feri de alguma forma. Adoraria debater. Odeio discussões e confusões. Se eu pudesse ter a ordem de falar, um após o outro, eles me entenderiam. Pô, entrei num fórum sobre línguas e estava lá a mesma e velha discussão sobre o fracasso do Esperanto. O que não entendem é o duplo sentido que há nisso tudo. O fracasso é o meu disco... Oras bolas. E não a língua. Até o meu disco é fracassado diante de sua proposta, que é falar de Deus, algo que não cabe em 45 minutos de canções. Ou seja, eu sei que fracassei nessa coisa de falar de Deus, entende? O disco se chama Esperanto. É coisa de artista. Se a pessoa não entende, é uma pena, porque sacar uma obra de arte é uma delícia. Você se envolve, ignora todos os processos acadêmicos e passa a fazer parte desse mundo. O mundo é cruel, a arte é um mundo melhor, uma mentira, uma ilusão, uma utopia. E, claro, entretenimento puro.

Os Blocos : Você acha que a arte tem coerência?

Pompeo : De modo algum. Se há algo que possa conceituar arte, essa coisa é a total falta de coerência. A academia não fala disso. Fiz 3 anos de jornalismo - que parei por falta de grana - e lá vi os mestres em comunicação social simplesmente virarem as costas para a arte. A estrutura comercial que se apodera disso é muito forte. Havia um professor que levava a arte a sério. Mas ele era diferente. A aula do cara era diferente. Jamais ditava, apenas conversava, passava seus conhecimentos contando suas histórias. Adorava falar dos Beach Boys, da sua banda em que ele tocava bateria. Enfim... A coisa da arte é ampla. A licença poética é coisa séria. A Monaliza, de Da Vinci, não faz sentido para uma pessoa com suas portas da percepção fechada. Essa pessoa, na minha opinião, é um infeliz, pra não falar um idiota. É claro que muito artista fala muita besteira, mas a sua arte, por mais que seja uma "besteira", é arte. A profundidade de uma obra - seja um quadro, um texto, um disco - é desprovida de erros. Se a pessoa tem a sensibilidade da criação, então essa pessoa é um artista. Esses críticos babacas que adoram falar de suas especialidades estão cegos a ponto de não ver a profundidade de uma obra de arte. Aquele nosso amigo vai ter que fumar muita maconha pra compreender o que isso quer dizer. Não recomendo os cogumelos, que aí ele entra em sintonia com a natureza e o caralho... Não deve ser um sujeito preparado para isso. Ele, assim como todos os que me criticaram pelo título do disco, deveriam mostrar suas criações. Deveriam publicas os seus trabalhos de conclusão de curso, que até nisso pode haver vestígios de arte, mesmo que eles não saibam.

Os Blocos - Você sabe falar Esperanto?

Pompeo - É claro que não! (risos). O disco poderia se chamar Português, Inglês, Francês. Esperanto é pomposo, fodão. Tudo a ver.

Os Blocos: Em "Reticências" você fala mais abertamente sobre o fracasso do Esperanto.

Pompeo : A música Reticências é mais uma conversa minha com Deus. Esperanto, ali, é o disco. A língua do mundo é você, esse você é Deus, eu falando pra Ele. Na minha opinião, língua alguma é pário para o poder da criação, das árvores. Em inglês árvore é thre, mas eu sei o que é uma árvore. O americano também. A gente aponta pra árvore e ele também. Então nós sabemos que ali há algo que os dois entendem. Eu li uma entrevista do John Lennon para a Roling Stones desse mês. Cara, é foda. Ele fala muito da coisa da crítica sabe. Respeita os críticos que falam mal dele mas que produzem seus trabalhos. Mas os que o criticam e não produzem nada ele simplesmente despreza. Com tantos anos de trabalho e ainda rolava aquela coisa de incompreensão de seus textos musicados. O repórter citava várias frases de músicas do compositor, pedindo para explicar. Disco nenhum vem com bula, dizendo o que realmente queria dizer com aquilo, ou com isso...

OS Blocos : Então vamos fazer a bula aqui. O que acha?
Pompeo: A entrevista é sua... Vamos lá, se é isso que quer fazer...

OS Blocos: "Prelúdio"... O nome é compreensível, mas o que quer dizer aqueles 3 climas que você e João Paulo Rodrigues criaram?
Pompeo: Nós sentamos na casa dele em frente ao computador. Tomamos uma garrafa de vinho. Eu levei uma idéia, que era basicamente os primeiros acordes que você ouve no disco. Gravamos as idéias iniciais usando o Roland Juno G dele. Foi um dia muito bonito. Nós dois somos adeptos das viagens do Apocalipse. Queríamos transmitir como seria a volta de Cristo ao mundo. Ou seja... o 1° momento é o desespero da humanidade rumo ao desconhecido. O 2° momento é uma breve felicidade pairando sobre todos nós. O 3º e último momento é o fim dos tempos, antes você houve 3 acordes de piano desafinados e desafiadores, coisa que eu e o Jota, sei que é loucura, chamamos de "os passos de Deus".

OS Blocos: "O Exilado" é sobre o diabo?

Pompeo: Pode se dizer que sim. Eu não fiz pensando nisso. Foi para um amigo meu, que eu estava puto com ele e fiz essa. Mas o sentido da canção é amplo. Não creio no diabo como uma entidade, mas sim como o mau existente dentro de cada um de nós, isso se aflora ou não. O diabo, na minha visão, é a confusão mental, a falta de bom senso. Uma pessoa exilada é aquela que não vê nada além de seus próprios valores, mas que é salva assim que percebe que o amor é a razão de tudo.

Os Blocos: "Diálogo sobre o mal resolvido"...

Pompeo : A faixa Los Hermanos, desde que o LH tenha mostrado para o Roy Orbinson aquela batida de batera que neguinho tanto fala que lembra o LH. Isso não me incomoda, sou fã do LH pra caralho. Eu saí da igreja e nunca mais voltei. Muitos amigos e familiares questionaram sobre minha fé. A resposta foi essa música. Até chegar no solo de guitarra sou eu falando pra Deus, o que imagino que ele estava me ouvindo. Depois do solo, é Ele respondendo pra mim, até o fim da música.


Os Blocos : "Gigante do Universo" é um tanto polêmica também... Na mesma proporção, se você incomodou os especialistas em Esperanto, vai ser enforcado pelos protestantes e católicos...

Pompeo : Eu poderia dizer "eles que se fodam". Mas seria um tanto contraditório à minha proposta. Espero que eles pensem nisso. Porque Deus tem que estar na igreja, sobre o poder da burocracia dos encarregados pela mensagem? Porque o pastor é o conhecedor da verdade absoluta sobre o criador? Quem disse que os mensageiros têm o poder de saber o que Deus quer pra mim, ou o que Deus gosta ou não que eu faça? É prepotência, manja? A bíblia é apenas uma reportagem de tempos antigos. O Apocalipse é uma profecia que eu creio que um dia se cumprirá, mesmo que não seja nas proporções ditadas por João. Imagine só aquele puta monte de anjos rodeando o messias, ou aqueles trovões e cavalos alados... Um basta no mau seria uma coisa de filme americano. Eu acho isso tão grande quanto o universo. É uma história incrível. Não sei das outras histórias, mas tenho certeza que todas elas são tão lindas e grandiosas. Eu só conheço essa e acho que é o suficiente para me fazer cagar nas calças. "Gigante do Universo" é isso. Essa coisa enorme que faz do ser humano um simples grão, uma simples parte de um todo infinito. Olhar para o céu e tentar procurar o criador é difícil. Eu vejo a criação no meu cachorro, no mar, no ar, nas pessoas, nos olhares, nos sorrisos... Vejo no inimigo e no amigo, vejo na insanidade, na loucura. É o tipo de coisa que não se explica, por mais que a ciência tente. Essas coisas nós estamos supondo até hoje, desde o início dos tempos. Deus é um grande mistério.

Os Blocos: "Anéis de Saturno" fala sobre a maconha?

Pompeo: Sim.

Os Blocos: Você faz apologia a maconha, então?

Pompeo: Não. Anéis de Saturno é uma expressão que quer dizer o alcance ápice da sua experiência relaxante que a planta te proporciona. É uma mera necessidade de viver numa condição além da vida de rotina. As pessoas dizem tanta coisa, principalmente seus pais, numa tentativa quase sempre hipócrita de te dizer o que é certo ou errado. Na minha opinião errado é fazer o mau para os outros. O que você faz consigo não é errado, é uma experiência. As consequências disso podem ser absurdas, mas você teve essa escolha. Anéis de Saturno narra a bagunça que tua mente - na verdade, a minha - é. Com ou sem substâncias. Nossa mente é um aglomerado de informações que na grande maioria das vezes há coerência e sentido, mas que também, na exata proporção, é uma bagunça só. É sempre bom ir pra bem longe desse lugar. Quanto à apologia, isso é coisa pro Planet Hemp.

Os Blocos: "Found Joy"

Pompeo: Essa é do João Paulo. Uma música linda, em inglês. Esse meu inglês merda, mas que fiz um esforço foda para soar bacana. Uma música simples, mas na simplicidade moram as grandes coisas. Achar a alegria é uma razão de paz interior muito confortante e revigorante. Engraçado... Você não precisa saber falar inglês para sacar que a músic se trata de algo pra cima, feliz.

Os Blocos: "Reticências". Porque esse nome?

Pompeo: Porque a música não tem nome. Quando eu escrevi a letra, deixei na parte superior do papel como título três grandes pontos. (...) Ficou, porque me faz pensar nessa coisa de infinito. Um pensamento infinito, uma sugestão sem fim. Essa música fala de Deus também e do dom que Ele me deu. Sou um entusiasta de um download do céu. Saber tocar, cantar e escrever só pode ser coisa espiritual. Sou burro pra muita coisa, inclusive para ortografia. Cometo erros constrangedores, mas eu consigo passar ao leitor uma mensagem que faz sentido. Eu tinha a idéia de colocar um coral de crianças cantando o refrão do fim. Eu e o André (Leonardo, co-produtor do disco) cantamos bem fino pra ver se soava bem. Depois triplicamos as vozes, e isso deu um puta trabalho por Boto (Fabio, mixador do disco). No fim das contas que percebi que chamar a molecada do projeto Itatiaia da Igreja Presbiteriana Independente de Canaã ia dar muita dor de cabeça e eu ia acabar sendo grosso com uma das crianças, então ficaram as vozes que você ouve.

OS Blocos - "Homes e Mulheres" é uma música muito bonita...

Pompeo - Obrigado. Essa é a única das muitas que fiz pra minha Silvia que foi parar no disco. Eu também creio no relacionamento como uma regra dos céus, por isso ela está no álbum. É uma letra melosa, mas que no fim diz ao que veio. Tive essa revelação de que os homens nascem para serem filhos e as mulheres para serem mães. Quando o cara sai de casa e vai morar com sua parceira, ela toma conta dele e ela faz isso naturalmente, com muita satisfação. A coisa vira um ciclo eterno.

Os Blocos - "O Fim" deveria ser a última!

Pompeo - Assim como "Sgt Peppers Reprise" deveria ser a última do disco dos Beatles, mas terminou com "A Day In The Life", dando o fim fabuloso que há naquela coisa que já não sei mais o que é. Essa música é antiga e entrou pro Esperanto para preencher uma lacuna. Tudo tem um fim. Esses dias vi num programa de televisão que o Big Bang caminha para o fim. E no fim o que nos resta é o amor, né...

Os Blocos - "Música" é apenas mais uma música?

Pompeo - É sim. Sem refrão. Ela vai mudando de clima e nunca volta no ponto de partida. Tem um solo bem bonito, a lá George Harrison, meu guitarrista preferido. Tem uma levada de batera não comum em minhas músicas. Várias influências de misturam ali, resultando em mais uma música. E, realmente, eu não descansarei enquanto eu não for morar à beira do mar. E no dia de minha morte, eu quero estar com minha Silva nos confins da eternidade. É nisso que eu creio, sempre me baseando onde o sonho pode me levar. Sou um cara de grandes sonhos, mas que descobri que o trabalho é a realidade. Quando um sonho se torna realidade, é uma coisa absurda. Tive essa experiência no show do Paul (McCartney). Era um sonho, sabe. Se realizou.

segunda-feira, 3 de janeiro de 2011

As cores da virada nas areias de Copacabana

Parece que o Brasil pára para ver os fogos na praia de Copacabana. Parece que o a cidade do Rio enlouquece enquanto os ponteiros avançam até meia noite. Em todo canto tem alguém rumando para ver a queima de fogos. Os taxis são os únicos sobre rodas que chegam ao bairro depois das 18h. Oferendas de todos os tipos vão sendo deixadas em prol da fé em cada canto que se vê. Nas areias das praias o visual do lixo religioso é assustador. Nos postes de luz da Zona Sul cartazes com os dizeres " Prefeitura do Rio apresenta:Revellion 2011 na Praia de Copacabana".
Fomos para lá cerca de 23:20, carregados de latinhas de cerveja, já com algumas doses de wisky, vodka e energético na cabeça, tudo muito bem branco, como manda o figurino. Ano Novo é a festa que mais emociona. Estar presente em certos lugares, ou em qualquer lugar para ser mais exato. Uma mesa com castanhas, farofa e um bom bixo assado. Coca-Cola para as crianças e para curar a ressaca dos marmanjos. Petiscos e álcool. Assim é a festa. Sem putaria, que nem o Carnaval. Eu prefiro um zilhão de vezes o Ano Novo.
Descemos de taxi em qualquer lugar da orla (próximo ao Copacapana Palace) e fomos andando até as areias. Muita , mas muita gente. Mesmo! É gente pra perder a conta. Gente de todos os tipos, branco, preto, pardo, gringo, amarelo. A grande maioria de branco. Velhos, novos, crianças, jovens, adolescentes e até bebês!
Alto-faltantes fazem a contagem regressiva. Lá no mar estão as embarcações carregadas de fogos de artifício. Logo atrás deles estão cruzeiros marítimos dos caras que cagam dinheiro. Nos prédios estão os caras que fazem dinheiro. Na praia estamos nós, os comuns. Mas em dez segundos ninguém é maior que ninguém. A grande atração diz ao que veio. Supera expectativas. Apocaliptico. Parece o fim do mundo. A perfeição sincronizada das luzes de pólvora me lembrou Gandalf, o Cinzento. As cores da virada explodem na sua frente. O céu escuro acima do mar abençoado do Rio parece uma tela de cinema de proporções exageradas. As explosões, em certos momentos, me lembraram um copo de refrigerante, quando as bolhas de gás explodem desordenadamente, fora de controle, isso tudo num volume que só estando lá para saber como é. Todo mundo calado, olhando, boquiaberto. Aí um grande "uau". Alguns choram. Alguns se lembram da vida. Outros oram. É muita coisa ao mesmo tempo. É gigante do universo. Vinte minutos que parecem cinco.
No fim uma grande salva de palmas. Sorriso. Abraços. Fotos. Risadas. A champagne matada. Meu celular no mar ao pular as ondas. Tudo muito bom. O esforço vale a pena, como dizemos entre nós, pelo menos uma vez na vida.