segunda-feira, 3 de janeiro de 2011

As cores da virada nas areias de Copacabana

Parece que o Brasil pára para ver os fogos na praia de Copacabana. Parece que o a cidade do Rio enlouquece enquanto os ponteiros avançam até meia noite. Em todo canto tem alguém rumando para ver a queima de fogos. Os taxis são os únicos sobre rodas que chegam ao bairro depois das 18h. Oferendas de todos os tipos vão sendo deixadas em prol da fé em cada canto que se vê. Nas areias das praias o visual do lixo religioso é assustador. Nos postes de luz da Zona Sul cartazes com os dizeres " Prefeitura do Rio apresenta:Revellion 2011 na Praia de Copacabana".
Fomos para lá cerca de 23:20, carregados de latinhas de cerveja, já com algumas doses de wisky, vodka e energético na cabeça, tudo muito bem branco, como manda o figurino. Ano Novo é a festa que mais emociona. Estar presente em certos lugares, ou em qualquer lugar para ser mais exato. Uma mesa com castanhas, farofa e um bom bixo assado. Coca-Cola para as crianças e para curar a ressaca dos marmanjos. Petiscos e álcool. Assim é a festa. Sem putaria, que nem o Carnaval. Eu prefiro um zilhão de vezes o Ano Novo.
Descemos de taxi em qualquer lugar da orla (próximo ao Copacapana Palace) e fomos andando até as areias. Muita , mas muita gente. Mesmo! É gente pra perder a conta. Gente de todos os tipos, branco, preto, pardo, gringo, amarelo. A grande maioria de branco. Velhos, novos, crianças, jovens, adolescentes e até bebês!
Alto-faltantes fazem a contagem regressiva. Lá no mar estão as embarcações carregadas de fogos de artifício. Logo atrás deles estão cruzeiros marítimos dos caras que cagam dinheiro. Nos prédios estão os caras que fazem dinheiro. Na praia estamos nós, os comuns. Mas em dez segundos ninguém é maior que ninguém. A grande atração diz ao que veio. Supera expectativas. Apocaliptico. Parece o fim do mundo. A perfeição sincronizada das luzes de pólvora me lembrou Gandalf, o Cinzento. As cores da virada explodem na sua frente. O céu escuro acima do mar abençoado do Rio parece uma tela de cinema de proporções exageradas. As explosões, em certos momentos, me lembraram um copo de refrigerante, quando as bolhas de gás explodem desordenadamente, fora de controle, isso tudo num volume que só estando lá para saber como é. Todo mundo calado, olhando, boquiaberto. Aí um grande "uau". Alguns choram. Alguns se lembram da vida. Outros oram. É muita coisa ao mesmo tempo. É gigante do universo. Vinte minutos que parecem cinco.
No fim uma grande salva de palmas. Sorriso. Abraços. Fotos. Risadas. A champagne matada. Meu celular no mar ao pular as ondas. Tudo muito bom. O esforço vale a pena, como dizemos entre nós, pelo menos uma vez na vida.

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