quinta-feira, 27 de junho de 2013

Bravo, dia 5.


Nas vésperas de Luis visitar seu país - pra quem chegou agora, o cara é espanhol, tem família em Sevilha, fala um espanhês como ninguém - eu e o próprio estivemos no Estúdio Norte para dar continuidade ao trabalho. A grosso modo, terminamos os teclados. Colocamos uma coisa linda que eu não consigo expressar em palavra na faixa "Guairá", uma canção em A maior que cheia de camadas sonoras que não se resumem apenas numa cama. As coisas estão indo pra outro lado de tudo o que eu já fiz na vida. 

Novos rumos, novos equipamentos. Luis possui plug-ins incríveis que resolvem a vida de qualquer maluco de plantão. Tem um que apelidei carinhosamente de "negão chinês com pé em cuba", que nada mais é do que o botão que usamos para fazer as congas em "You Know" (aquela que parece o Eric Clapton tocando bossa nova no violão de nylon). A congueria é tão perfeita que tenho que deixar claro que não fui eu quem tocou - já que nos créditos você vai ler a pretensão do artista aqui em dizer "todos os instrumentos por Felippe Pompeo". Mas as congas, não! Eu apenas disse "é essa!". 



gravando o baixo, Gianinni Sonic 1980. 


É claro que eu não sou chinês e não sei usar as coisas todas que eles nos propõe. Também sei que não apenas os chineses que fabricam essas paradas. Mas é impossível não fazer a aproximação dos orientais com a tecnologia. De qualquer modo, o baixo usando na gravação do Bravo é de origem brasileira. Como disse o Paulinho Ferraz, o cara que finalmente me deixou feliz mexendo em meus instrumentos: "A madeira na época era boa, os caras que não sabiam o que fazer com isso". O baixo é pesado, braço perfeito, "tocabilidade" extraordinária. Mas não é um Fender Jazz. Sua captação é, a rigor, um microfone embutido e isso traz muita chiadeira. Mais uma vez fomos salvos pelos chineses que implantaram uma ferramenta perfeita de "noise reduction" no line 6 que usamos para gravar esse baixo. 



gravando guitarra, minha Fender Stratocaster Americana Lead II. 

Pela mesma camisa que uso, dá pra perceber que gravei o baixo e a guitarra no mesmo dia. Sim, eu troco de roupa diariamente. Essa Fender é o meu mimo. Acho que sou o único nas redondezas que tem uma dessa. Se trata de uma edição limitadíssima que a Fender fez nos anos 80. Ela tem umas frescuras de diferença - são 2 singles ligados numas chaves esquisitas. Como não sou técnico em guitarras e não manjo porra nenhuma disso, é o máximo que consigo falar sobre ela. Tem um som único - nenhuma estrato tem o som dela. Ficou curioso? Dá um google, tem informações bacanas sobre ela. 



Não precisa de legenda, né?

O paredão acima foi usado no único solo de guitarra propriamente dito em todo o disco. Só tocando num desses para saber a emoção de subir num cavalo de raça ou dirigir uma Ferrari. 


O fabuloso Admira, usado para fazer a bossa nova de Eric Clapton.


Dando instruções ao Luis. 



Pearl Senson Séries. Usada na gravação de Bravo. 


Minha caixa Odery Made In China 14x8 esteve presente 100% na cozinha de Bravo. Mais uma vez fomos salvos pelos chineses, que conseguiram fazer essa coisa linda e vender a preço final de R$500. 

Enfim. 

Aloha. 








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