domingo, 23 de junho de 2013

Bravo, dia 4.


O quarto dia de gravação do meu terceiro disco de carreira aconteceu na terça feira 18, mas só agora fui sentar aqui para falar sobre isso. Cheguei a tirar fotos e fazer um filminho de eu e Luis conferindo um trecho em que somamos sintetizadores, para ver se não estava brigando com a voz. Mas ficamos tão cansados no final da sessão que nem lembrei de colocar em meu computador tais imagens e vídeo, então nos contentaremos com as palavras. 

Bravo não terá violões de aço, o que é uma coisa inédita para mim. O meu Takamine folk sempre esteve presente nas minhas faixas, desde Vejo Cores nas Coisas (Oito Mãos), passando por SOL (onde ele brinca de gangorra com o Epiphone Jumbo de meu amigo Lucas Bocchese) parando em Aliás (Oito Mãos de novo). Não sei o que me levou a tomar essa decisão. Cheguei a levar o Takamine para o estúdio, mas ele não teve espaço. Quem veio com tudo foi o maravilhoso Admira, cordas de nylon, que meu pai me comprou há um bocado de anos quando foi para a Espanha. Lembro de ter respondido "um violão" quando ele me perguntou o que eu queria que ele trouxesse das zoropa. 

Admira entrou nas faixas You Know e O Velho. No Velho nossa querida guitarra (como dizem os próprios espanhóis, Luis é um deles) foi judiada com a batida roqueira do gordo aqui, descendo o pau a cada momento em que a canção segue para o seu pico total. Já You Know é de uma leveza sem tamanho, charmosamente descrita por Guilherme Moraes como "Eric Claton tentando tocar Bossa Nova". Não se trata de uma bossa, mas a analogia faz todo o sentido. Nos overdubs de You Know, Luis me dizia "cara, falta algunas coçitas, faz uns trocitos bonitos e bamos ber no que dá". Então eu respondia "porra Luis, você está acostumado a trabalhar com os caras do flamenco... sei tocar essa merda de nylon não". Mas a gente se virou. 

Ah é, Moraes deu um pulo no estúdio e foi o primeiro a ouvir o que estamos fazendo. Ele chegou bem no momento em que eu tomava um belo dum cacete para gravar o piano de "O dia de minha morte". Piano é o instrumento que mais me dá trabalho, ser exato numa porra dessas é pra quem sabe. No meu caso, eu preciso raciocinar para tocá-lo, e é aí que eu perco o tempo. Mas deu certo. Guilherme chegou a dizer "eu nem me atrevo". 

Fizemos também os sintetizadores já mencionados acima da canção "A luz define você". Logo partiremos para os outros sints do disco - os chamados PADS. 

Por enquanto é isso. Por mais que me pareça que muita gente que eu gostaria que estivesse lendo isso aqui e tivesse esperando ou me dizendo coisas não estão dando a mínima, eu sei que tem gente que me dão certo valor por eu fazer o meu trabalho. De qualquer modo, Bravo está nascendo para ocupar mais um espaço no mundo incerto dos sonhadores. 

Um comentário:

  1. "...tem gente que me dão certo valor por eu fazer o meu trabalho...". Eu sou dessa gente ! Parabéns, brother Pompeo !

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