segunda-feira, 18 de outubro de 2010

Tropa de Elite 2 - pode ler sem medo, não vou contar o filme, só falar sobre.

Eu perdi a conta de quantas vezes assisti Tropa de Elite, o primeiro filme do que eu duvido que não vire uma trilogia. O filme 2 está arrecadando muito, muito dinheiro, coisa que não rolou na primeira etapa da história sobre o Batalhão de Operações Especiais do Rio de Janeiro e Cia.

Mas o que o filme um trouxe de moral para a sequencia foi coisa que não tem valor, quando virou toda aquela zona que você ouviu falar - pirataria, bordões dos personagens e cantaroladas das músicas.

Tropa de Elite 2 - O inimigo agora é outro é um filme de sequência como todos deveriam ser, aqueles que não fazem do primeiro filme melhor ou pior, do mesmo jeito que foi O Poderoso Chefão Parte 2, único filme sequência a conquistar um Oscar. É tipo assim: "Agora a história é outra".

Não temos mais a insuportável canção "pá pá parapapapa pá pá pá", dos MC's sei lá o quê. E a igualmente insuportável "Tropa de Elite", do Tihuana, aparece só nos créditos iniciais da fita, mas aí achei bacana porque pude conferir a mixagem do som para o cinema - ficou foda. Os igualmente insuportáveis bordões sumiram. Aliás, as raras vezes em que o filme flerta com o primeiro são momentos ápices. O filme inteiro é ápice.

Acho burrice dizer que o filme é ruim pelo excesso de coisas impossíveis - isso é cinema! John McClain, em Duro de Matar 3.0, derruba um helicóptero com um carro (?!) e o filme é bom demais. Etan Hunt caminha tranquilo nas ruas de Xangai depois de tomar porrada até no saco e levar um 220 no cérebro em Missão:Impossível 3 - e o filme é entretenimento puro. Se você acha que esses 2 exemplos dados são merda na cueca, então desencana de ver Tropa de Elite 2. Eu particularmente adoro um filme de porrada. Gastar uma grana pra ver um filme no cinema é o sinônimo de ouvir as caixas de som berrando no talo e ver a grandiosidade da imagem perfeita de uma tela de várias polegadas. Na minha opinião isso significa ver um filme de ação, e todo filme de ação tem porrada! Comédia romântica eu vejo em casa, na minha tv merda, no meu som merda.

Nesse filme em questão, Roberto Nascimento é um cara muito mais maduro, onde seus problemas são os mesmos, apenas tomaram proporções incontroláveis. Seu filho agora é um adolescente, sua ex-mulher é casada com um cara que ele odeia e pensa completamente diferente dele; e pra ajudar a pilantragem no Rio é cada vez mais insuportável aos seus olhos. O que acontece quando um cara que é policial do Bope há 20 anos, honesto até o último ato de moral-ético-legal, vai acabar trabalhando na Secretaria de Defesa Pública do Estado? Eis o Tenente-Coronel Nascimento.

André Matias exala ódio pelo sistema, pelos traficantes, pela podridão dos malandros de todos os níveis. Um cara frio e calculista, uma máquina de justiça dos homens. Agora ele aparenta ser um cara dez vezes mais ameaçador. Cara fechada. Não dá um sorriso. Ele é um caveira, e com caveira não se pode dar mole.

Soa muito diferente dos filmes nacionais (até mesmo da parte 1). O cinema nacional tem a mania de mostrar a realidade do Brasil, de um modo ou de outro. É claro que Tropa 2 é assim, mas é um filme policial que usa a realidade como pano de fundo, e não a realidade como único e verdadeiro enredo. Deu pra entender? Espero que sim.

Mas não vá achando que vai mudar sua vida. Tropa de Elite 2 é puro entretenimento. Convenhamos, entretenimento é uma válvula de escape, assim como sexo casual.

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