quinta-feira, 28 de outubro de 2010

Gosto é que nem Cú

Eu não gosto de discussões sobre gostos. Pode ser sobre filmes, artes, futebol, crença, política e música. Tudo isso parece sempre ser pautado em gosto. Conheço gente que acha que seu gosto é tão absoluto que qualquer coisa que bata de frente com o que ele gosta é merda, e não adianta falar o contrário.

Por exemplo o quiabo. EU tenho um amigo que diz que frango com quiabo é uma das grandes maravilhas da cozinha caseira. Não chego nem perto de quiabo, nunca coloquei um na boca e nunca, absolutamente nunca, vou colocar. Mas o cara gosta, então deve ser bom... Para ele.

Não gosto de hortelã e de todos os derivados dela. Chicletes de menta pra mim são um verdadeiro nojo. Trident de gelol é coisa que só maluco coloca na boca, não faz sentido querer masticar gelol com gosto de cânfora. MAs tem gente que gosta.

Pra ser mais polêmico... Bom, deixa pra lá.

Mas o que eu realmente quero falar aqui (até agora estivemos saboreando um péssimo nariz de cera) é sobre artistas que fazem um puta sucesso e eu, não sei porque, não me simpatizo.

U2 - Não gosto. Se existe uma palavra para descrever meu desespero toda vez que alguém pede uma canção do U2 é "chato". Muito chato. Os grandes hinos dessa banda me fazem querer vomitar sobre meus pés. "Sunday Bloody Sunday", "One", "In The Name Of Love", "With or Without you" são verdadeiros exemplos de pura tortura ao meu espírito e minha paz. Uma galera gosta, e muito. Deve ser bom.

Ramones - Tenho ciência de que eles foram muito importantes no movimento Punk, que revolucionaram o modo democrático de se fazer música e que a coisa toda, muitas vezes, não se restringe na música em si, mas sim no que ela representa. Mas eu não gosto de músicas que só representam. Eu gosto de coisas que fazem sentido para mim. Por exemplo: One, two, tree, four berrado num compasso que não existe e a canção vir de outro jeito não faz sentido para mim. É como te mostrar um quadro de Renoir e ficar analisando o contexto histórico, o que o pintor estava passando e pensando na época... Coisa para especialista. No caso do Ramones, o especialista é um punk que pensa que nem os caras.

Legião Urbana - Uma das bandas mais importantes do Brasil nos anos 80, e de lá pra cá entrou de fato para o hall da eternidade. Renato Russo, Marcelo Bonfá e Dado Vilalobos musicaram poemas. Renato escrevia suas rimas e mensagens. Entrava um produtor musical e tentava deixar tudo muito bonito. Mas eu juro que tentei ouvir essa banda. Gosto de algumas canções - "Pais E Filhos", "Quase sem Querer", "Teatro dos Vampiros", "Faroeste Caboclo", "Eduardo e Mônica", "Tempo Perdido" e "Daniel Na Cova dos Leões". Só. Acho impossível ouvir o "resto". Não consigo ouvir um disco inteiro da Legião Urbana, nem mesmo coletânea. Os timbres das guitarras e o jeito que Bonfá toca bateria me irritam, me deixam nervoso. Não sei dizer porque. Me fere. Pra mim chega a ser insuportável de modo que não consigo curtir as letras de Renato e sua incrível voz.

Steve Vai e a trupe toda dos guitarristas que tocam pra caralho - Não sou e nunca fui um fã de guitarra. Sou fã de música. É impossível tenta ouvir mais de 4 minutos de uma música que 90% dela é solo.

And I Love Her e Across The Universe, The Beatles - São as duas únicas canções dos Fucking Fab Four que eu não gosto. Só isso. Não gosto. Um amigo me disse "nessas horas eu não te entendo". Eu respondi "Eu também não".

Coisas que eu gosto e que sei que um monte de gente não suporta: Oasis, Radiohead, Simon and Garfunkel, Queen, The Beatles... Tem um monte de gente que não gosta dessas coisas. Duvida?

Minha intenção é pregar o respeito. Esse clichê não deveria ser um clichê, porque tem gente ainda que não sabe o que é respeitar a opinião e gosto dos outros. Porra, gosto é que nem cú.

Um comentário:

  1. Nunca vai entrar na minha cabeça você não curtir Across the Universe... hehe.

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