quinta-feira, 2 de agosto de 2012

Eu e a Política.

Vejo esse blog como uma casa de veraneio. Eu não tenho uma, mas como sou uma pessoa alienada pela própria imaginação, me vejo olhando para isso aqui como se lembranças pudessem serem tocadas. Entro na casa, abro as janelas para espantar o cheiro de mofo, sacudo a poeira dos móveis e deito numa rede da varanda. É assim que eu vejo esse blog.

Estamos na época de eleições para prefeito e vereador. Vejo, no Face Book, tirinhas e quadrinhos no que diz respeito ao povo que caga e anda pra política. Me sinto atingindo quando essas coisas acontecem, pois eu quase cago e ando para a política. Às vezes eu tenho que tomar cuidado com o que escrevo. Queria ter a capacidade de escrever como alguns amigos, que conseguem passar para o texto um tipo de raciocínio diferente do seu diálogo. Uma das coisas que mais me arrepiam é quando me dizem "poxa cara, vejo você falando em seus textos". Acho que é por isso que sempre sou mal interpretado. Tenho que tomar cuidado... Mas não vai ser o caso aqui, e acho que isso nunca acontecerá. Não sou eu que sou polêmico, são as pessoas que se sentem agraciadas em sua zona de conforto e ficam ali, ouvindo e absorvendo o que os outros dizem, sem ter o peito estufado para criticar. Eu quero ser o cara que apresenta a nova forma de pensar. E, quando me deparo com pessoas como eu, o colapso é inevitável.

O político - a pessoa que entende de ciências políticas - não vai conseguir, em hipótese alguma, colocar na minha cabeça suas ideias mirabolantes, assim como eu não consigo colocar na cabeça de um protestante que Cristo não é Deus. Não vai me convencer a achar que isso é a nossa salvação assim como não consigo colocar na cabeça de um corintiano que o São Paulo é mais time. Não vai por em minha razão que o protesto é a forma mais sensata de se passar uma indignação. Não vai me fazer sorrir ao dizer que parar o trânsito de uma rua importante em frente à prefeitura será a forma mais elaboradamente justa de chamar a atenção.

Mas é claro que não sou nenhum boçal a ponto de pensar que os políticos, os ativistas e os próprios candidatos estão perdendo seu tempo - muito pelo contrário. Acredito na utopia de um mundo melhor, onde as pessoas se tratem com mais respeito, mais vigor, menos "jeitinho brasileiro", mais dignidade. Acredito num mundo de direitos preservados, valores pessoais e intransferíveis, do "é proibido proibir".  Imagino um Brasil varrido da corrupção.

É aí que entra o problema. Acredito - veja bem, acredito - que o homem veio ao mundo para aprender, evoluir. Se você parar pra pensar, vai perceber que desde o começo de tudo (outra suposição não provável, veja bem... nenhum cientista consegue me fazer crer piamente no que ele crê simplesmente porque ele diz se tratar de uma ciência provável... O número pi, por exemplo, é um "mistério provável") estamos em constate evolução. Isso tudo um dia vai acabar. Até lá, estamos caminhando para a destruição ou para um novo passo. Nenhum homem é capaz de ter tal poder, mesmo que esse poder seja democrático (uma ova, okay?), pois o poder corrompe. E, se não corrompe, outros corruptos envolvidos o matam, o assinam. Foi o caso do melhor prefeito que Campinas não teve, o PT Toninho 13 - nunca esqueci seu slogan. "É na prefeitura que o PT vai bem, uh tererê, vote no PT".

A ficção trata diariamente do tema. Em "Game Of Thrones", Ned Stark é a salvação, o vereador, o prefeito que tanto queremos, insuportavelmente íntegro, cego pela própria devoção ao império, aos verdadeiros valores do homem correto. Seus deslizes são pessoais. Cumpre as leis, mesmo que achando exageradas e desapropriadas, ele as cumpre. E o matam!

Eu não acredito na integridade dos homens. Nós somos facilmente corrompidos, contra nossa própria vontade, contra nossos próprios valores. Mesmo que saibamos que estamos no caminho errado, porque certo é errado é questão de ponto de vista né... O Brasil é um país onde a coisa começa muito antes, onde sacolinha de supermercado é um assunto superestimando para obscurecer alguma outra coisa muito mais importante. O mundo tem que se salvar, conseguir passar para nossas crianças, de uma forma ou de outra, que o pre conceito é uma banalidade. Deveríamos ter um tratado de "certo e errado", como na época das provas do colegial. Nosso país é um lugar em que todo mundo quer ganhar uma fatia do bolo, quando o bolo deveria ser desprezado pelo bom senso.

Voto no cara que estiver disposto a morrer pelo o que ele acredita. Cristo foi assim. O Toninho, se soubesse que ia morrer (e ás vezes parece que ele sabia, como no dia em que ele morreu, dizendo "se algo acontecer comigo, teremos a primeira mulher prefeita de Campinas) certamente ele diria que estava disposto a morrer, e assim o foi. Mexeu no podre, na fatia do bolo dos vermes, dos mosquitos comedores de bolo fecal. Voto no cara que falar "eu vou morrer pela nossa utopia, e espero agregar um grande número de pessoas dispostas a morrem por isso, até que não haja mais gente no mundo para os corruptos regerem, até que o dinheiro perca o seu valor". Voto no cara sangue nos zóio, nos poucos que tiveram peito para enfrentar a ditadura, para enfrentar Adolf Hitler.

A pergunta é... Esse cara existe?

Meu voto, daqui pra frente, até que se prove o contrário, será nulo.

E que fique claro que esse é apenas o meu ponto de vista. Você, meu caro leitor, não é obrigado a pensar que nem eu.

Paz.


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