sexta-feira, 8 de junho de 2018

Cobra Kay



Eu nem sei como começar um texto que fala sobre Daniel Larusso e Johnny Lawrence. Pra começo de conversa, ambos são personagens de uma grande, maravilhosa e enriquecedora história dos anos 80 (só fui ver nos anos 90 - sou de 82 e o filme é de 84). Esses dois existem dentro de nós e tudo se resume ao equilíbrio. Quando criança vi Karate Kid inúmeras vezes  e por anos me perguntei por onde andaram Larusso e a trupe toda. Pat Morita já se foi, mas seu Miyagi continua vivo em nossa alma, assim como seu Madruga ainda brilha por todo canto da imaginação. 

Toda essa falta que me fez ao deixar a infância e virar adulto se torna uma faísca e logo um belo fogaréu ao assistir os dez episódios de Cobra Kay, série produzida pelo You Tube - site que já não bastava ser o melhor da internert e agora está produzindo séries. Vai ser um pé nas costas de Netflix e etc. 

Fui apresentado a um Johnny diferente daquele que aprendi a odiar por conta de toda a sacanagem que aprontou com Daniel naquele primeiro filme da saga. Nem mesmo um "você é bacana, Daniel" vindo dele ao perder no torneio dos anos 80 - e a série nem menciona isso - serviu para a gente sentir que o garoto tinha lá seus problemas e era só uma questão de tempo até que a vida lhe mostrasse que "No Mercy" (sem piedade) não é apenas o slogan do Cobra Kay, mas sim da jornada foda pra caralho que é viver. É porrada atrás de porrada. 

Por outro lado temos Daniel, um cara bem sucedido e estabilizado na vida, que também tomou suas porradas mas teve o maior ensinamento que o Karate poderia ter-lhe dado: equilíbrio. É através deste que é possível ficar de pé, dia após dia da pancadaria rotineira.

Johnny vê no Cobra Kay a oportunidade de pagar suas contas e evitar ser despejado - na pior das hipóteses ter que se humilhar ao seu padastro rico. Aos poucos percebe que sua filosofia de ensino passa a dar a seus alunos uma boa dose de auto estima e segurança. Ao ver que o Cobra Cai está de volta à cidade, Daniel fica louco da vida e a rivalidade reacende entre os dois. Daqui pra frente é spoiler. 

Nada contra remakers, mas continuações depois de tantos anos são muito mais inteligentes e tocantes. Ver Daniel falando com Miyaggi no túmulo é como ver Yoda aparecendo para Luke Skywalker. As referências vão se amarrando sem forçação de barra (até as músicas são as mesmas, coisa maravilhosa!) e é inevitável aquele nó na garganta em vários momentos da série. William Zabka  (Lawrence) e Ralph Macchio (Larusso) estão aprovadíssimos, Zabka mais ainda por nos mostrar um Lawrence que não conhecíamos.  

Simples, fácil de assistir, cativante e motivante. Cobra Kay é um emaranhado de sentimentos equilibrados (olha ele aí de novo). Teremos uma continuação daquelas! 

Vale cada download. 


dica: piratebay hehehe. 

VALEW WILL!!!

Um comentário:

  1. E é incrível como o Johnny é um personagem tão rico e fascinante. E achei que a molecada, no geral, bem legal. Até me surpreendi com certos acontecimentos. O roteiro não é nada preguiçoso. Esperando ansioso pela segunda temporada.

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