terça-feira, 1 de fevereiro de 2011

Os Melhores filmes de Terror

Pra que serve um filme de terror? Pra deixar com o cú na mão, é claro. Quando eu era criança esses filmes ficavam na minha mente e viravam realidade num canto escuro da noite, seja onde fosse que eu estivesse dormindo. No som do silêncio somos capazes de ouvir tudo quanto é barulho, depende do seu grau de cagaço. Eu sempre fui cagão. Até hoje sou cagão, só que consigo controlar minha ilusão. Quando a coisa é forte, faço uma oração e tudo fica normal. Não que a oração tenha o poder de espantar coisas do além, nem que, de fato, há alguma coisa do além por perto. É que, ao orar, distraio o pensamento numa coisa gostosa e confortante. O cobertor vira um escudo e nada pode me atingir. O medo é um sentimento saudável, mas o foda é quando esse medo se torna um doloroso "medo de quê?". De bicho papão à espíritos ruins, o tema geralmente é bem discutido nos filmes dos autores mais engajados na parada. Luzes apagadas, som no talo. Sem pipoca. Embarque num belo filme de terror, daqueles que a gente nunca mais esquece.


A casa das almas perdidas - O filme conta a triste história da família Smurl na luta contra as forças das trevas - espíritos que não têm o que fazer, ao meu ponto de vista. Uma história real, se você quer saber. Pediram ajuda para a imprensa e apareceu gente de todo o tipo, de curiosos a especialistas no assunto. Uma coisa não fica bem explicada: porque, meu Deus, porque eles são atormentados? Foram premiados, só pode. Se mudaram para uma casa linda e não foram bem vindos por aqueles que já moraram naquela residência. A coisa é intrigante: sofrem "pegadinhas" dos que chamam de espírito zombeteiro. Quem nunca pegou uma coisa na mão, largou por uns segundos ao seu lado e quando volta para pegar essa coisa a parada sumiu? Depois de tanto procurar, a coisa tá lá, no lugar de sempre, ou então num lugar inusitado, como um armário bem longe de onde você tava. Manchas estranhas na parede começam a transparecer que algo está errado. Vozes chamando seu nome, como se fosse sua mãe ou seu pai, mas que não é nada. Um empurrão do vazio em suas costas. Um vulto que passa diante de seus olhos de um ponto a outro. Passadas de mãos invisíveis em suas pernas durante a noite. Um ataque sexual de uma entidade do mal. Você não acredita nessas coisas? Pode ser que não. Mas converse com gente que jura já ter presenciado o mau, as histórias são de arrepiar. O filme é só mais uma delas, contado de modo sério. Um tipo de filem que te dá medo depois que seus amigos vão embora e você fica sozinho em casa. Foda pra caralho.



O Exorcismo de Emily Rose - Ok, ok... Tem gente que não sentiu um pingo de tesão por esse filme, muito menos medo. De fato, medo mesmo são poucos que causam. Um bom filme de terror não é aquele que assusta, mas que impressiona. Como tenho uma criação nas raízes do cristianismo, sendo que minha mãe, antes de se converter, era adepta do umbandismo, já ouvi tudo quanto é história bizarra. A maioria dessas histórias estão em Emily Rose, moça que é escolhida por Legião para ser mais uma de suas vítimas. Aquela coisa do pastor abrir a bíblia e o demônio dizer de cor o versículo é batido... Contorções e forças sobrenaturais, batido... Tormento mental... Tadinha de Emily, tadinha... Imagina uma situação dessas? Uma pessoa devota, educada, feliz. Não merecia tanto. No fim, uma boa mensagem - por mais que pareça absurdo... Mas, peraí... Você não acredita nessas coisas, né? Então é tudo, desde o começo, um grande absurdo.




Poltergeist, o Fenômeno - A cena do moleque sendo arrastado pelo palhaço para debaixo de sua cama é o suficiente para não dormir perto de qualquer boneco palhaço. O desespero de um pai de família em querer salvar seus filhos de um desastre psicológico é de comover qualquer durão. Exagerado na maioria das vezes, esse filme de Spilberg é foda. A mãe sendo levantada na vertical, depois no teto, depois jogada na cama é uma obra prima. Especialistas filmando um fenômeno que teima em não dar trégua. Caroline, a loirinha estranha, levada a um outro lado - o lado da TV fora de sintonia. Duvido que você durma com sua televisão nessas condições. Duvido que você vai ignorar seu filho quando ele começar a rir de coisas que não estão ali, ou quando ele falar que vê a vovó que ele nunca conheceu. Isso sim é um fenômeno.





Stigmata - Não chaga a ser um filme de terror, mas sim um suspense recheado de mistérios da igreja católica. Põe em xeque o livro escrito pelos próprios punhos do Messias, onde é abordado a necessidade ou não de prédios e pedras para se adorar o salvador. Massa! Mas aí essa mensagem é passada através da protagonista, uma moça que não sabe de porra nenhuma. Um padre tenta compreender o que há de errado com a moça e descobre uma verdade terrível, lembrando muito as histórias de Dan Brown. A medida que o filme se desenrola, uma mistura de atos bizarros se desencadeia, desde as dolorosas e arrepiantes estigmas até as mensagens em aramaico escrito na parede pela moça, enquanto ela está completamente fora de si, andando cambaleando, irreconhecível, com seu rosto branco e levemente contorcido, olhos sem vida e um dialeto arrepiante ao responder quem era ela: "Um mensageiro não importante". Inesquecível.


Atividade Paranormal - Esse filme é demais! Chamei-o de Montanha Russa, porque só quando ele acaba é que você desce do carrinho, depois de se cagar todo, e anda sorrindo, feliz pela experiência. Um filme idiota quando termina (o fim do cinema), mas que faz jus ao que veio: dar medo. Vou te dizer, o filme é de dar medo. Você se lembra da moça sendo arrastada e do seu berro desesperador e pensa se isso poderia acontecer com você. Acho interessante quando há pessoas que duvidam dessas coisas e tentam tirar explicações plausíveis, que é o caso do namorado da moça. O tinhoso está nela e ele não crê muito nessas coisas. Aos poucos ele vai ficando muito desconfiado. No meu caso, depois da menor aparição do inexplicável, nunca mais eu dormiria com a mina.


O Exorcista - Os Beatles dos filmes de terror. O clássico mais assustador de todos os tempos. Nunca mais fizeram um desses. A história mais que mentirosa da batalha travada entre padre Merin e o demônio Pazuzo no corpo de Regan. Deus não aparece, dando a impressão de que nesse mundo a luta entre bem e mau é problema nosso. A perseverança na força das palavras do ritual romano dos católicos é grandiosa, mas a insistência do demônio também. De todos os lados há a presença do sobrenatural e Regan é inexplicável, inadjetiva (se é que existe essa palavra). Um esforço enorme em chamar a atenção? Poderia ser, mas se pensarmos que a mente é tão forte a ponto de fazer uma cama tremer é algo de ficar com a pulga atrás da orelha. Esse filme me assustou por muitos anos. Hoje sei de cor as cenas que procedem, de tanto que enfrentei esse medo usando o pensamento de "é apenas um filme". Se você for parar pra pensar, de fato é apenas um filme, mas um filme muito complicado de se assistir. O melhor.

2 comentários:

  1. Muito bom o texto, Pompeo. Não sou muito fã de filme de terror, no fundo porque também sou um cagão do caralho... haha.. mas acho que a maioria desses daí valem a pena, não curto esses filmes de terror em que eles tacam um monte de adolescente numa casa e vão matando um por um.
    Lembrei agora do Emily Rose, em que rolava uma discussão legal também, que era sobre a responsabilidade do pastor na morte da menina...
    E claro, como não lembrar do Caio: dó menor, dó menor... haha

    Abraços

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  2. Aliás, não sei se te interessa, mas tem um ótimo texto do Freud em que ele fala um pouco das razões por que sentimos medo de algumas coisas. Chama "O inquietante", é bem massa.

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